Antártica

Cientistas analisam microplásticos em fezes de pinguins na Antártica

Agência Brasil
08/01/2024 às 17:19.
Atualizado em 08/01/2024 às 18:05

A quantidade de microplásticos na Antártica está sendo analisada com o uso da ciência nuclear para estudar as águas, os sedimentos e até mesmo as fezes dos pinguins da região.

A nova investigação conjunta lançada neste fim de semana pela Agência Internacional de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (AIEA) e pelo Instituto Antártico Argentino (IAA) faz parte da Iniciativa NUTEC Plastics, da AIEA, que analisou a poluição por microplásticos em países de todo o mundo.

Notícias relacionadas:ONG dos EUA descobre presença generalizada de plásticos em alimentos.Brasil prepara sugestão de ações para diminuir efeitos do plástico.Recifes de Fernando de Noronha são ameaçados por plástico.Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, disse que, com o uso de aplicações nucleares, foi possível determinar com boa precisão a quantidade de poluentes encontrados no fundo do mar e também a sua origem.

"A saúde da Antártica é essencial para a saúde do planeta", disse Grossi à Reuters do "continente branco", que visitou no sábado ao lado do presidente argentino Javier Milei.

O programa usará o navio quebra-gelo argentino Almirante Irízar, e os cientistas coletarão amostras de guano de pinguim, sedimentos do fundo do mar e da água ao redor da camada de gelo para análise na Base Carlini da Argentina, na Antártica. Outras serão enviadas para o centro de pesquisa da AIEA em Mônaco.

Lucas Ruberto, pesquisador do IAA, disse que os microplásticos – partículas menores que 5 milímetros – são um problema global devido ao grande uso de plásticos e são prejudiciais à vida, pois são frequentemente ingeridos, causando acúmulo dentro dos organismos que pode levar a doenças.

"Estima-se que, desde sua introdução no mercado, 7 bilhões de toneladas de plástico tenham sido despejadas no meio ambiente, grande parte delas no ambiente marinho", disse ele.

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