O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Elton Leme, disse hoje (30) que não acredita que os congestionamentos relatados por eleitores em vias importantes do Rio de Janeiro devem aumentar a taxa de abstenção no segundo turno das eleições.
"Eu acredito que não [impacta]. Quem transita pela Avenida do Brasil e pela Ponte Rio-Niterói já está acostumado com o trânsito. Quem mora em Niterói e trabalha no Rio, tem que reservar um tempo do seu deslocamento para enfrentar engarrafamento. Isso é natural", disse.
Notícias relacionadas:Após nove horas, horário de votação termina e começa a apuração.TSE manda diretor da PRF informar motivos de blitz em rodovia .TSE proíbe PRF de fazer operações que afetem transporte público.Segundo o TRE-RJ, o domingo de votação é tradicionalmente um dia de movimentação intensa de veículos no Rio de Janeiro, e o trânsito se complicou na Avenida Brasil com duas ocorrências: um ônibus que pegou fogo por problemas elétricos e uma perseguição policial que terminou na via expressa.
"Não houve blitz na Avenida Brasil. Houve, sim, como há ainda, carros da Polícia Militar posicionados em pontos específicos", explicou.
Elton Leme também disse estar em contato com a Polícia Militar no gabinete de segurança das eleições e afirmou que não há informações sobre blitz em vias expressas.
"O que nós temos e não podemos confundir com blitz é a ocupação do território. Foi feito no primeiro turno e mantido no segundo turno. Nós mantivemos a mesma estrutura de ocupação do território”, disse Leme.
Em relação à Ponte Rio-Niterói, o presidente do TRE-RJ também informou que há forças de segurança posicionadas, incluindo o Exército, mas, segundo ele, os motoristas não estão sendo parados. As Forças Armadas foram chamadas pelo tribunal para reforçar a segurança da votação no estado.
O desembargador disse ainda que o TRE-RJ recebeu denúncias de redução na circulação de ônibus em São Gonçalo e no Rio de Janeiro, mas elas não se confirmaram.
"Nós atuamos diretamente nesses casos, verificamos através de várias fontes e enviamos pessoas para verificação in loco no caso de São Gonçalo. É uma área sensível pela parte da segurança e inclusive recomendamos reforço na área de segurança", disse o presidente do TRE-RJ. Prisões
Sem dar detalhes, o presidente do TRE citou casos de crimes registrados durante a votação no estado do Rio de Janeiro. De acordo com o desembargador, uma presidente de seção chegou a ser presa, em Niterói, porque tinha material de campanha eleitoral em sua bolsa, o que, segundo ele, é incompatível com a função.
Houve ainda o registro de eleitores presos por violar o sigilo do voto, tentando fotografar a urna, além de um homem que destruiu o livro de votação de uma seção eleitoral na cidade de Campos dos Goytacazes. Filas
O TRE-RJ informou que as filas para votação foram bem menores do que no primeiro turno, o que se deve também ao treinamento extra realizado com mesários para que votação pudesse ocorrer de forma mais ágil. Mesmo assim, o presidente do tribunal reforçou que o direito ao voto de quem estiver na fila no encerramento da votação será garantido.
Um ponto que o desembargador Elton Leme considerou preocupante é a previsão de chuva forte na região serrana do Rio, onde há um histórico de deslizamentos de terra e inundações associadas a temporais.
"O único fato que aguardamos com preocupação é a previsão de chuva torrencial para a Região Serrana. É o único fato que nos preocupa mas, espero que São Pedro coopere", disse.
Segundo o tribunal, até as 17h, houve substituição de urnas em 1,6% das seções eleitorais do estado do Rio de Janeiro. Isso equivale a 546 das mais de 34 mil urnas utilizadas nas seções fluminenses.