Luiz Henrique Romagnoli Rodrigues atuou diretamente nos processos de elaboração e confecção do material (Denise Guimarães)
A popularização da ciência passa, necessariamente, pelo encantamento que o conhecimento pode proporcionar no público infantil. Se o contato com conceitos como alimentação saudável, por exemplo, for carregado de ludicidade, a imaginação desperta e o aprendizado se realiza como brincadeira.
Com esse preceito, a equipe do Crecin (Centro de Referência em Ensino de Ciências da Natureza), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), tem atuado na concepção de atividades direcionadas a professores, educadores e alunos da rede pública e particular de ensino da cidade de Piracicaba e Região.
A partir de atividades desenvolvidas no Clubinho de Ciências, sediado no Museu Luiz de Queiroz, da Esalq, estudantes universitários bolsistas tem proporcionado momentos de aprendizado e diversão, principalmente ao público infantil a partir do Minecraft©, um jogo de distribuição mundial de grande sucesso.
Na prática, a equipe de bolsistas coordenada pela professora Rosebelly Nunes Marques, do departamento de Economia, Administração e Sociologia, desenvolveu neste ano três conteúdos didáticos em formato físico, trazendo o conceito e o design do fenômeno digital Minecraft para os jogos “A cana-de-açúcar no Minecraft”, “Alimentação saudável e o Minecraft” e “Vamos falar sobre abelhas, mel e Minecraft?”.
O sucesso dos materiais tem se manifestado ao longo do ano, principalmente durante o programa de visitas monitoradas, promovido pelo museu da Esalq, além de outros eventos de extensão ocorridos no campus e fora dele, nos quais a equipe disponibiliza os jogos para interação com o público. Em 2022, os jogos foram compartilhados com cerca de 14 mil pessoas.
“Experimentamos esses games no Esalqshow, no Alimentos na Esalq, no Bio na Rua e durante os domingos nos quais abrimos as portas do Museu, além das visitas que recebemos diariamente de grupos escolares”, conta o gestor ambiental e colaborador Charles Albert Medeiros, que atua no Museu e no Clubinho de Ciências.
O bolsista Luiz Henrique Romagnoli Rodrigues, estudante do primeiro ano do curso de Ciências Econômicas, atuou diretamente nos processos de elaboração e confecção do material. “Desenvolver esse projeto me fez enxergar o ensino e aprendizagem de uma maneira completamente diferente”.
Segundo Luiz Henrique, o uso do Minecraft e outras metodologias de ensino permitiram passar um conhecimento muitas vezes complexo para as crianças, sem que elas nem percebessem. “Elas aprendiam sem saber que estavam aprendendo e ficavam felizes com isso, gostavam de brincar. Isso só me motiva, gradativamente, a trazer diversas outras atividades que tenho em mente e muito mais projetos nessa área”, complementa.
Como é?
“A cana-de-açúcar no Minecraft” - utilizando dessa planta tão importante para o segmento de combustíveis e produção de açúcar, o material consiste em os jogadores utilizarem da cana para obterem seus derivados (papel e açúcar) e montarem o passo a passo para obtenção de outros produtos, com base nestes citados.
“Alimentação saudável e o Minecraft” - com uma diversidade de alimentos presentes dentro do jogo, a proposta busca que os participantes elaborem uma alimentação saudável, atrelado a explicações sobre benefícios à saúde, métodos de preparo, dentre outros temas envolvendo segurança alimentar.
“Vamos falar sobre abelhas, mel e Minecraft?” - composta por uma caixa de madeira, seu interior replica uma colméia, utilizando de abelhas, favos, mel, associados a narrativas que são aplicadas visando destacar o papel fundamental destes seres e sua relação com agricultura, bem como ressaltando a preservação das espécies vegetais e alertar para a ameaça de extinção que as abelhas estão sofrendo.