CONCERTO

Cinthia Alireti estreia à frente da Sinfônica da Unicamp

Apresentação no Castro Mendes terá programa com obras de autores alemães

Marita Siqueira
marita.siqueira@rac.com.br
18/04/2013 às 11:19.
Atualizado em 27/04/2022 às 13:40

A Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) homenageia os compositores alemães do século 20 no concerto desta quarta-feira (17), às 20h, no Teatro Municipal José de Castro Mendes, em Campinas, nesta que será a primeira apresentação do grupo na temporada sob o comando da regente titular Cinthia Alireti. O programa é composto por três nomes: Anton Webern (cantata 'A Luz dos Olhos'), Arnold Schoenberg ('Paz na Terra') e Richard Strauss ('Metamorphosen'). A OSU ainda interpreta 'Noturnos', da jovem compositora Laiana de Oliveira, selecionada pelo Projeto Performance, da Unicamp. “São peças que sempre quis ouvir. É muito gratificante poder executá-las”, diz a regente, referindo-se ao Coro Contemporâneo de Campinas, que participará do concerto.

Composta em 1935 a partir de um texto de Hildegard Jones, a cantata 'A Luz dos Olhos', de Webern, ilustra o que acontece quando a luz se infiltra nos olhos do homem e se converte em felicidade tão grande capaz de levar a alma do homem ao céu. “Essa obra, de pouco mais de cinco minutos, é raramente executada, dada à extrema dificuldade de execução”, destaca Cinthia.

Quase 30 anos antes da cantata de Webern, foi publicada 'Paz na Terra', de Arnold Schoenberg, com texto do poeta suíço Conrad Ferdinand Meyer, originalmente escrito para coro a capella. Essa é considerada a única obra de inspiração cristã do compositor. “Porém, o acompanhamento orquestral, providenciado pelo compositor para o auxílio da afinação das vozes, surpreende por sua orquestração não-convencional de uma peça tonal, baseada em melodia de timbres, ou seja, os instrumentos não possuem função melódica e sim contribuem para a construção de uma única melodia”, diz a regente.

'Metamorphosen', de Richard Strauss, foi concluída em abril de 1945 e, de acordo com a regente, foi durante muito tempo mal interpretada pelos musicólogos, que a consideravam um lamento à destruição do teatro de ópera de Munique, durante a Segunda Guerra Mundial. “Novas pesquisas, baseadas na análise dos manuscritos de Strauss, confirmam que o compositor teria na verdade tomado como ponto de partida o rascunho do seu madrigal inspirado na poesia de Goethe, 'Niemand wird sich selber kennen' ('Ninguém se conhecerá por si só'). A obra é quase como um manifesto filosófico existencialista.”

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