Esquecendo Flora

Documentário será lançado dia 2 no cineclube Nhô Cine

O longa recupera memórias de resistência de Flora Maria Blumer e aborda uma identidade racista e colonial de uma região classificada por historiadores como Mississipi Paulista

Da Redação
20/11/2022 às 08:29.
Atualizado em 20/11/2022 às 08:30
Bastidores da produção do longa Esquecendo Flora (Divulgação)

Bastidores da produção do longa Esquecendo Flora (Divulgação)

Esquecendo Flora é o novo longa-metragem da cidade de Piracicaba, uma realização da frame7Cinema, direção e roteiro de Beto Oliveira e conta com Mayra Kristina Camargo como co-roteirista. O filme será lançado no próximo dia 25, às 19h, no cineclube Nhô Cine (Biblioteca Municipal), com entrada gratuita.

O longa recupera memórias de resistência de Flora Maria Blumer e aborda uma identidade racista e colonial de uma região classificada por historiadores como Mississipi Paulista.

A história é contada por depoimentos de pesquisadores e historiadores da região de Piracicaba e reúne entrevistas com Alexandra Lohas, Adelino Ademir José, Antonio Filogênio Junior, Carlos Carvalho Cavalheiro, Giovanna Fenili Calabria, Joana D´arc Oliveira, Joceli Lazier, Luis Fernando Amstalden, Maria Helena Machado, Oswaldo Elias De Almeida e Rafael Gonçalves, com o objetivo de resgatar a memória de Flora e “investigar os processos que culminaram no apagamento ou na invisibilização da presença e contribuição negra na história oficial da cidade de Piracicaba”.

Flora Maria Blumer de Toledo foi uma mulher negra, nascida escravizada e alforriada por Martha Watts em 1881. Ela trabalhou por anos no Colégio Piracicabano e se tornou a primeira mulher preta a ser admitida como membro numa igreja protestante no Brasil, em uma época em que as igrejas de brancos e negros eram segregadas.

A pesquisa do filme está em produção desde 2019, Beto Oliveira, diretor do longa, revela que a documentação histórica de negros foi um dos desafios a serem superados:

“O que temos hoje da pesquisa de documentação histórica é um reflexo de uma época onde as pessoas negras apareciam em registros de compra e venda, registros policiais, cartas de alforria e certidão de morte. Os documentos limitados não refletem a complexidade de uma pessoa como Flora, que teve uma presença revolucionária forte na cidade”.

Serviço
Projeto Nhô Cine, com o filme Esquecendo Flora, de Beto Oliveira (classificação indicativa 12 anos). Dia 25 de Novembro, às 19hs na Biblioteca Municipal Ricardo Ferraz de Arruda Pinto, rua Saldanha Marinho, 333 - Centro, Piracicaba - SP.

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