Luto na cultura

Morre o Maestro Umberto Cantoni aos 92 anos

Cantoni foi um grande influenciador das artes em Piracicaba

Romualdo Cruz Filho
18/06/2022 às 07:30.
Atualizado em 18/06/2022 às 07:31

Corpo de Umberto Cantoni foi sepultado, na tarde de ontem, no cemitério Parque da Ressurreição (Divulgação)

Morreu ontem (17) o maestro Umberto Cantoni, aos 92 anos de idade. Ele era viúvo da senhora Vera Quintanilha Cantoni e deixa os filhos Maurício Quintanilha Cantoni, casado com Andrea de Oliveira Cantoni; Fabiana Quintanilha Cantoni Spires, casada com Maike Spires, e Flávia Quintanilha Cantoni Machado, casada com Robson José Machado. 

Deixa também duas netas, parentes e amigos. O seu sepultamento deu-se às 14h30 da sexta-feira, no cemitério Parque da Ressurreição, onde foi inumado em jazigo da família. Umberto Cantoni era filho de Mário Cantoni e Aurora Gomes Cantoni. 

O ator e diretor de teatro, José Antonio da Silva Chapéu, conviveu com o maestro durante décadas junto ao Núcleo Universitário de Cultura da Unimep (NUC), do qual Cantoni foi o criador e coordenador. Segundo Chapéu, a partida do maestro foi uma perda irreparável para a cultura de Piracicaba. 

"Cantoni se dedicou à família e principalmente à coletividade. Foi orientador de muitos artistas. Toda minha vida na arte se deu devido ao apoio do maestro. Um homem que acreditou em mim e no meu trabalho. Mas, acima de tudo, Cantoni trouxe para o centro do debate, por exemplo, temas que até então eram poucos considerados inclusive pelos críticos sociais, como criança de rua", observa. 

"Ele via o tema não apenas pela ótica social, mas também pela sua dimensão artística, num período em que a questão não estava na pauta nacional. Falou do racismo, dos negros. Montou coral com os negros em Piracicaba quando o racismo não também estava na pauta nacional", recorda. 

Nesse sentido, Chapéu diz que ele influenciou muitos artistas. "Colocou muitos artistas na roda. Desenvolveu assim um papel muito importante para a música piracicabana e para o teatro local. Nós devemos muito a ele, à visão de mundo que ele tinha, às orientações e estímulos que ele dava para a criação artística. Cantoni estimulava os nossos pensamentos para a criação. Pouca gente sabe que o espaço Hip-Hop, que é um dos mais importantes para a cultura piracicabana, começou no NUC, a partir de uma iniciativa do maestro. São importantes essas memórias. Elas vêm à tona neste momento". 

Para o ator e diretor de teatro, Cantoni era um verdadeiro influenciador da cultura, das artes. "Era uma pessoa interessada, preocupada, conectada. Ele queria saber sempre como estavam os movimentos sociais, culturais, artísticos, mesmo depois que se aposentou. Ele deixou muitos filhos na cultura e nas artes. Isso a gente reconhece e sabe a missão que ele cumpriu na terra", conclui.

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