Morre o pintor Ermelindo Nardin

Morreu na tarde de ontem (6), por volta das 15h, o artista plástico Ermelindo Nardin. Aos 83 anos, Nardin era filho dos finados Paulo Nardin e Leonor Rigo Nardin. Ele deixa Ermelindo Nardin Filho, e as gêmeas Mariana e Celeste Sartori Nardin, netos, demais familiares e amigos.

Ermelindo Nardin vinha lutando contra um AVC hemorrágico, que deixou sequelas e o colocou de cama. Segundo Celeste Aparecida Sartori Nardin, sua esposa, há 2 anos ele passou por momentos difíceis, mas o AVC regrediu e pode voltar novamente a pintar em seu ateliê. Este ano, no entanto, a situação se agravou. O velório do grande artista piracicabano será hoje na Câmara Municipal, das 10 às 15h.

Ermelindo Nardin ficou marcado em Piracicaba pela sua ousadia nos anos 60 de ir na contramão do movimento artístico local, com obras modernas e de forte expressividade, com o peso da cultura nacional, mas com forte influência europeia. O seu grupo universitário foi responsável pela inauguração da pinacoteca, espaço idealizado pelos pintores figurativistas, como os irmãos Dutra. 

Pintor, desenhista, gravador e professor. Estudou na Escola de Belas Artes de São Paulo entre 1957 e 1962 e, paralelamente, fez curso de história da arte com Wolfgang Pfeiffer, de desenho e pintura com Augusto Barbosa, de história da estética com Renato Cirell Czerna no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.

Nardin teve seu talento como artista reconhecido no mundo todo. Suas obras chegaram a vários países do leste europeu e asiáticos, como o Japão, além da Europa, propriamente dita. Ele lançou inclusive um livro sobre seu trabalho na França. A ida de Nardin representa mais do que a perda de um talento, representa também o esvaziamento da cultura sólida nas artes plásticas local e da produção pictórica fundamentada na dimensão humana.