ÍNDICE ESALQ/FEALQ

Cesta básica tem queda de 6% no ano

O ano segue um cenário contrário ao de anos anteriores

Da Redação
correiopontocom@rac.com.br
06/01/2018 às 22:53.
Atualizado em 28/04/2022 às 02:35

O Brasil chegou a produzir cerca de 15 milhões de toneladas no ano de 2017 (Antonio Trivelin)

Segunda-feira, 8 de janeiro de 2018 O Índice do Custo da Cesta Básica de Piracicaba (ICB – Esalq/Fealq), calculado pela Empresa Júnior de Economia e Administração (Ejea), apresentou queda acumulada de 6,0% no ano de 2017, tendo um preço médio de R$ 557,58 para este ano. O ano segue um cenário contrário ao de anos anteriores. Em 2015, a cesta apresentou aumento de 16,50% no mesmo período, e, em 2016, alta de 7,51%. Dentre as categorias pesquisadas, a maior variação foi observada em Alimentação, com queda de 7,28%, representando 80,12% do total da cesta. A categoria Higiene apresentou queda de 1,32% e a categoria Limpeza Doméstica apresentou aumento de 1,84% durante o período analisado. Arroz O Brasil chegou a produzir aproximadamente 15 milhões de toneladas no ano de 2017. No entanto, segundo o Canal Rural, em 2017 o País sofreu bastante influência decorrente do clima, do custo de produção elevado e das importações, o que tornou, por conta das dificuldades dos produtores, uma das safras mais caras da história e as projeções se mantém receosas para 2018. O preço calculado pelo ICB-Esalq/Fealq apresentou uma variação acumulada de -12,83%, com um valor médio calculado em R$ 13,52/cinco quilos, superior aos R$ 13,48 de 2016, representando uma variação correspondente a 0,29%. O menor preço dentro da amostra é representado pelo mês de setembro, com R$ 12,49/cinco quilos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de arroz nesse ano foi 8,8% superior à mesma safra do ano passado, o que favorece a oferta dentro do mercado consumidor. O valor mais alto ocorreu no mês de julho com R$ 13,72/cinco quilos, apresentando sucessivas retrações até o mês de dezembro, finalizando o ano com R$ 12,62/cinco quilos. De acordo com o Cepea, as projeções para o começo de 2018 são boas por conta do clima estável encontrados no mês de dezembro, o que pode aumentar a oferta dos produtores de arroz. Feijão O ano de 2017 foi um ano de correção para o preço médio do feijão, apresentando uma retração de 49,35% em relação a 2016. Em valores absolutos, o preço médio da leguminosa passou de R$ 7,88 em 2016 para R$ 5,03/quilo em 2017, uma diferença de 36,22%. Foi determinante para esta redução do preço o aumento da área cultivada, principalmente nos estados de São Paulo (61%) e Paraná (41%), com a proibição da soja safrinha (soja em sucessão a soja), favorecendo o aumento da produção. Mesmo com as reclamações dos produtores de queda no faturamento nos primeiros meses do ano, segundo o Portal Notícias Agrícolas, os preços só voltaram a subir entre os meses de abril e maio, elevando-se até julho. Tal aumento foi causado devido às estações mais frias, que vieram acompanhadas de geadas, prejudicando a produção no estado do Paraná, considerado o maior produtor nacional. Dessa maneira, o Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe) recomendou a compra de outras variedades para suprir a demanda do feijão carioca. A variação acumulada no preço dos ovos foi de 11,91% no ano de 2017, passando de R$ 6,06/dúzia em dezembro de 2016 para R$ 6,73/dúzia em dezembro de 2017. O preço médio para o ano de 2017 foi de R$ 6,55/dúzia, representando uma variação de 8,07% em relação ao valor médio do produto para o ano de 2016. A dúzia de ovos atingiu seu preço mais alto nos meses de julho e agosto, com preços médios de R$ 7,15 e R$ 7,04/dúzia, respectivamente. O começo do ano foi marcado pelo aumento significativo do preço médio da dúzia de ovos devido à queda na oferta e aumento da demanda do produto, impulsionada pelo período da Quaresma. No mês de maio registrou-se grande queda no preço, atingindo valor médio de R$ 6,32/dúzia. Pesquisadores do Cepea explicam que a queda ocorreu devido ao enfraquecimento da demanda e à queda na produção devido ao clima mais frio. Nos meses de junho e julho os preços voltaram a subir, sendo os maiores para o ano de 2017, por causa da oferta constante, somada a um aumento da demanda. A partir do mês de agosto os preços voltaram a cair. De acordo com o Cepea, a queda ocorreu por conta do aumento da oferta do produto, consequência da elevação das temperaturas nas áreas produtoras, e a queda inesperada da demanda. Porém, no final do ano os preços subiram novamente. Açúcar O preço médio do açúcar teve variação acumulada de -23,07%, com média de R$ 2,56/quilo. O preço do pacote de 1 quilo variou de R$ 2,80 em dezembro de 2016 para R$ 2,21 em dezembro de 2017, tendo uma diferença de 2,20% entre as duas datas. Segundo previsões do Cepea, elaboradas em janeiro de 2017, apostava-se que os preços da commodity deveriam ser sustentados em um alto patamar ao longo do ano, devido a um déficit mundial do produto. A partir de fevereiro iniciou-se uma queda no preço, ocasionada, principalmente, pela retração dos compradores, que acompanharam a desvalorização do produto no mercado internacional e adotaram uma postura mais cautelosa. Ao mesmo tempo, encontravam-se no período de transição entre safras, sendo comum a liquidação de estoques. Pesquisas apontam que a queda observada no segundo semestre é resultado, inicialmente, do clima seco no Estado de São Paulo, que favoreceu a colheita e a produção da cana, e, novamente, das desvalorizações sentidas no Exterior. Posteriormente, ocorreu uma diminuição no volume da moagem do produto e, somado à uma oferta alta de açúcar no mercado, os preços recuaram ainda mais. Já no período de novembro sente-se um leve alívio, oriundo da posição firme das usinas que não abaixaram os volumes dos pedidos, mesmo com a redução das negociações. Batata e cebola A batata foi o produto da cesta com a segunda maior variação no ano de 2017. A variação acumulada foi de 38,24% no preço pago pelo consumidor, passando de R$ 2,40/quilo em dezembro de 2016, para R$ 2,56/quilo em dezembro de 2017. No primeiro semestre de 2017, a alta do preço ocorreu devido à desaceleração da colheita com o fim da safra das águas, que foi realizada entre os últimos meses de 2016 e permaneceu até o início do ano. Essa diminuição no ritmo da produção, aliada ao clima chuvoso característico da época, proporcionou uma queda na oferta e, consequentemente, um aumento dos preços ao consumidor nas prateleiras dos mercados. Em relação ao segundo semestre, houve intensificação da tendência de queda nos primeiros meses por conta da safra de inverno, que passou a desacelerar em outubro, causando uma reação nos preços. É esperado, de acordo com o Cepea, que a próxima safra apresente menor oferta e produtividade por conta de menores investimentos e qualidade de sementes abaixo do esperado. A variação acumulada no preço da cebola, calculada pelo ICB-Esalq/Fealq, foi de 4,82% no ano de 2017. O preço médio foi de R$ 2,25/quilo, que representa uma queda de 33,14% em relação ao preço médio do produto para o ano de 2016, que foi de R$ 3,37/quilo. Após o menor valor registrado para o preço médio no mês de abril, custando R$ 1,91/quilo, os preços subiram expressivamente. Segundo o Cepea, o aumento dos preços ocorreu devido à redução das áreas produtoras, o que consequentemente diminuiu o volume nacional do produto. Limpeza e higiene As categorias Limpeza Doméstica e Higiene Pessoal apresentaram comportamentos distintos no ano de 2017. A categoria Higiene diminuiu 1,32%, chegando ao valor médio de R$ 54,69 em 2017. No ano passado, o aumento tinha sido de 14,36%, chegando ao valor médio de R$ 52,41. A categoria Limpeza Doméstica teve um aumento acumulado de 1,84%, chegando a um preço médio de R$ 56,17 em 2017. No ano anterior, a variação foi de 8,14%, com preço médio de R$ 54,13. Em termos acumulados, a queda da categoria Higiene foi motivada pela desvalorização no preço do papel higiênico (9,89%), cujo pacote com quatro unidades passou de R$ 5,77 em dezembro de 2016, para R$ 5,17 em dezembro de 2017. Na categoria Limpeza Doméstica, o destaque foi o sabão em barra (11,96%), atingindo o preço médio de R$ 6,33 a embalagem com cinco unidades, em dezembro de 2017. Salário mínimo A participação do ICB-Esalq/Fealq no salário mínimo apresentou uma diminuição em janeiro/2017 em razão do aumento de salário, de R$ 880,00 para R$ 937,00, neste mês. As oscilações nos meses seguintes foram causadas pela variação no preço do ICB. Em dezembro de 2016, o valor da cesta básica representava quase 65,15% do salário mínimo. Em janeiro de 2017, o valor caiu para 60,34%. Desde o mês de abril, o custo da cesta básica está diminuindo, o que significa que os consumidores ganharam poder de compra nesse período. A partir de setembro, pode-se notar que a participação do salário mínimo manteve-se praticamente estável, por conta da grande queda no valor da cesta básica ocorrida no mês de agosto.

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