Neymar, 30 anos, passa mais uma Copa sem chegar a uma final: o sonho do hexa foi adiado (Hannah Mckay/Reuters)
Para ser hexacampeão era preciso não ser pela sexta vez eliminada na fase de quartas-de-final da Copa do Catar. E a seleção de 2022 não conseguiu, ontem, quebrar esse tabu. No estádio Cidade da Educação, na capital Doha, a maior parte dos 44 mil torcedores vestia amarelo. Mesmo que nem todos fossem brasileiros, a preferência era para que o Brasil voltasse a uma semifinal de Copa depois de oito anos. Mas, torcida não ganha jogo.
O jogo terminou sem gols no tempo normal. Na prorrogação houve empate por 1 a 1 e nos pênaltis, 4 a 2 para a Croácia. Os vencedores vão pegar a Argentina na semifinal, terça (12), às 16h. Hoje as quartas de final têm Marrocos e Portugal (12h) e Inglaterra e França (16h).
O jogo
No primeiro tempo, a seleção perdeu muito tempo estudando o adversário. Tanto que, só aos 20’, em uma jogada individual de Neymar, o Brasil incomodou a defesa croata. O chute, no entanto, saiu fraco e no meio do gol. A lentidão caracterizou os 45 minutos iniciais e a boa marcação na intermediária dificultou a infiltração da seleção. Para piorar, os croatas eram rápidos no contra-ataque, tentando sempre o cruzamento para Perisic.
Após o intervalo, aos dois minutos do 2º tempo, Richarlison, na pequena área, completou um cruzamento rasteiro e o goleiro Livakovic tirou com o pé. Aos 9’, novamente, Livakovic impediu um gol de Neymar. E, como era previsto, Tite tirou o inoperante Raphinha e colocou Antony; substituiu Vinícius Júnior por Rodrygo; e trocou Richarlison por Pedro.
Aos 34’, Paquetá chutou rasteiro e Livakovic encaixou firme. O Brasil não estava inspirado, mas as alterações melhoraram a equipe, embora não como Tite imaginava.
Ir para a prorrogação foi uma vitória para os croatas, algo corriqueiro para a equipe de Zlatko Dalic, que também enfrentou prorrogação e pênaltis contra o Japão nas oitavas-de-final.
Mas quem se aproveitou primeiro do tempo extra foi o Brasil. Aos 15’ do 1º tempo extra, Neymar fez tabelinha com Paquetá, recebeu na frente, driblou Livakovic e chutou no alto: 1 a 0 Brasil.
No 2º tempo da prorrogação, quem ficou com a posse de bola foi a Croácia. E não foi difícil para a vice-campeã mundial empatar. Em apenas 11 minutos eles chegaram ao gol em um contra-ataque: cruzamento rasteiro da esquerda, Petkovic chutou, a bola desviou em Marquinhos e tirou as chances de defesa de Alisson: 1 a 1. Vieram os pênaltis que eles tanto queriam.
Tite errou até mesmo na ordem dos pênaltis. Neymar, o melhor cobrador, foi colocado para bater apenas o quinto tiro e acabou nem sendo utilizado. Vlasic, Majer, Modric e Orsic fizeram quatro gols. O Brasil desperdiçou logo a primeira cobrança, com Rodrygo chutando nas mãos de Livakovic. Casemiro e Pedro ainda fizeram seus gols. Marquinhos bateu muito mal, acertando a trave. Festa crota e choro, mais uma vez, brasileiro. Foi a sexta eliminação nas quartas para o Brasil: 1954, 1986, 2006, 2010, 2018 e 2022.
O Brasil jogou com: Alisson, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos e Éder Militão (Alex Sandro); Casemiro, Lucas Paquetá (Fred) e Neymar; Richarlison (Pedro), Raphinha (Antony) e Vinícius Júnior (Rodrygo).
Rodada
Ontem, no Estádio de Lusail, a Argentina superou a Holanda em um jogo épico: 2 a 2 no tempo normal e prorrogação, e 4 a 3 nos pênaltis para a Argentina.
Os sul-americanos abriram vantagem com gols de Montiel e Messi, porém a Holanda conseguiu uma grande reação na etapa final e empatou com dois de Weghorst, o segundo no último lance do tempo normal. Na prorrogação, a Argentina pressionou, porém não fez. Nos pênaltis, Emi Martínez salvou as duas primeiras cobranças, de Van Dijk e Berghuis, enquanto Messi e Paredes converteram. Koopmeiners, Montiel e Weghorst fizeram, enquanto Fernández perdeu. Luuk de Jong fez o seu, mas Lautaro Martínez deslocou Noppert e classificou os argentinos para a semifinal contra a Croácia.