Erros custam caro no futebol. Para o Palmeiras, não deve ser diferente. Um time que falha muito - na defesa e no ataque - se complicou na briga pelo tri do Brasileirão, um campeonato que premia a regularidade e a consistência, virtudes que não tem tido o time de Abel Ferreira. Também não teve no ano passado, mas uma reviravolta daquela só foi possível graças à derrocada histórica do Botafogo, o que, tudo leva a crer, não acontecerá nesta temporada.
Para justificar o revés por 2 a 0 para o Corinthians, Abel Ferreira citou Ayrton Senna, um de seus maiores ídolos. "Nem o Ayrton Senna foi capaz de ganhar todos os anos na Fórmula 1. Ele competiu e ganhou três títulos em 10 anos", afirmou o técnico, fã de Fórmula 1, tanto que esteve pelo quarto ano seguido no Grande Prêmio de São Paulo.
Direto, lacônico e breve em suas respostas, o treinador disse repetidas vezes que a derrota foi resultado de erros individuais e da ineficiência de seus jogadores.
Ele discordou da análise de um jornalista e quis dar pitaco no trabalho da imprensa ao sugerir a manchete do dérbi vencido pelo Corinthians. "O título de amanhã é: o Palmeiras pagou pela falta de eficiência e pelos erros que cometeu", sugeriu, "Quem for sério e competente é isso que vai escrever."
E continuou. "O Palmeiras pecou pela falta de eficiência e o Corinthians aproveitou bem os nossos erros", enfatizou. "Um jogo como esse, definido por detalhes, se não espetar a faca, e depois oferece um gol, é duro. Os jogadores não querem falhar, mas esses erros custam caro", lamentou o técnico.
Segundo ele, caso convertesse as chances que criou, o time teria definido o clássico ainda no primeiro tempo. "Foi avassalador nosso primeiro tempo", opinou. "Erros custam caro. Não tem como fugirmos disso."
Os dois últimos tropeços - antes do dérbi, empate com o Fortaleza - complicaram o Palmeiras na briga pela taça. São 61 pontos, três a menos que o líder Botafogo, que ainda joga nesta terça contra o Vasco, no Engenhão, e pode ampliar a vantagem para seis.