Eliminado das disputas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, o Palmeiras luta com todas as suas forças para encerrar a temporada com o título brasileiro. Engana-se, porém, quem acredita que as duras quedas em competições importantes deixaram o clima pesado no clube alviverde ou aumentaram a pressão sobre Abel Ferreira e seus comandados. Pelo contrário. O período sem tantos jogos e viagens pode ter sido fundamental para que o time alviverde engrenasse quatro vitórias seguidas no Nacional e impedisse o Botafogo de disparar na ponta da tabela.
Após a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, o comandante afirmou que o Palmeiras pensa jogo a jogo na caça ao líder e ressaltou a melhora no ambiente em tantos compromissos.
"Pessoalmente, eu me sinto mais leve, mais tranquilo e durmo melhor, não tem tantas viagens. Este descanso nos dá anos de vida. Minha esposa agradece, diz que estou mais bem-humorado em casa e isso é bom", brincou o treinador, que vê o conjunto alviverde concentrado na perseguição ao líder do Brasileiro.
"Feliz ou infelizmente, fomos eliminados da Libertadores e da Copa do Brasil. Temos que pensar em um jogo de cada vez. Neste momento, o Botafogo está na frente por méritos próprios, e nós vamos (fazendo a nossa parte) jogo a jogo. Não podemos mentir, o Palmeiras entra para ganhar todas as competições."
Abel aproveitou para elogiar o comportamento dos mais de 62 mil torcedores presentes no estádio Mané Garrincha. "Queria parabenizar as duas torcidas, e, de forma muito carinhosa, a do Palmeiras. Tinha 64 mil torcedores, cada um torcendo para seu time, respeitando o adversário. Se tivesse sempre esse respeito, sem ódio, tenho certeza que todos iam ganhar. Meu desejo no futebol brasileiro é este, de que os jogos tenham duas torcidas que soubessem respeitar e usassem a energia, não para xingar, mas cada uma para torcer e apoiar a sua equipe", comentou.
O comandante também comentou sobre o desempenho da equipe sem o jovem Estêvão, lesionado, e a opção por Raphael Veiga. "O Veiga é um ponta construtor. Não peço para o Veiga ser o Estêvão. O Veiga é ponta construtor, o Estêvão é um ponta desequilibrador. Hoje precisávamos de um ponta construtor. O Veiga fez um jogo com compromisso defensivo e, quando teve a oportunidade, foi para a frente desequilibrar com a ajuda do Ríos, que vem de dentro para fora, e do Giay, para a frente. O Estêvão carrega sozinho para a frente", comparou Abel. Uma equipe é um processo inacabado em função das características dos jogadores que temos à disposição e hoje temos muitos jogadores indisponíveis. Precisamos encontrar soluções."
Na próxima rodada, o Palmeiras recebe o Atlético-MG, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, no sábado, às 18h30.