Lenda do tênis e integrante do famoso Big 4, Andy Murray confirmou nesta terça-feira que vai se aposentar de forma definitiva na Olimpíada de Paris-2024, que começa na sexta, na França. O tenista escocês, de 37 anos, é o único bicampeão olímpico da história da modalidade. E disputará uma Olimpíada pela quinta vez em sua carreira.
"Cheguei em Paris para o meu último torneio da carreira", anunciou o ex-número 1 do mundo. "As semanas em que competi defendendo as cores da Grã-Bretanha foram, de longe, as mais memoráveis da minha carreira. E estou extremamente orgulhoso de poder fazer isso pela última vez."
Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e do Rio-2016, Murray é o atual 121º do mundo. Longe de ter ranking para entrar na chave olímpica, ele precisou de um convite da organização para jogar em Paris. Desde o início do ano, havia a expectativa de que ele se despediria das quadras oficialmente na Olimpíada.
A confirmação veio nesta terça após dificuldades enfrentadas pelo tenista em Wimbledon, torneio no qual se tornou lenda pelos dois títulos conquistados e também por quebrar diversos jejuns para o tênis britânico. No início do mês, ele recebeu uma intensa homenagem na competição londrina logo após ser eliminado na chave de duplas.
Ele chegou a se inscrever na chave de simples, mas acabou desistindo porque fez uma cirurgia nas costas no dia 22 de junho. Murray chegou a ser dúvida até mesmo para competir em Paris. Na capital francesa, ele jogará tanto na chave de simples quanto nas duplas, ao lado de Dan Evans. O tênis começa no dia 27, sábado, na programação olímpica.
CONQUISTAS E BIG 4
Além dos títulos olímpicos, o escocês tem como principais conquistas o troféu do US Open de 2012 e as duas taças de Wimbledon, em 2013 e 2016. Ao ser campeão em 2013, ele se tornou o primeiro britânico a vencer o torneio de simples em 77 anos.
Ele alcançou o primeiro lugar no ranking da ATP e é o único jogador com duas medalhas de ouro consecutivas no tênis em simples na história da Olimpíada. Ele subiu ao lugar mais alto do pódio em Londres-2012 (superou o suíço Roger Federer na final) e no Rio-2016 (venceu o argentino Juan Martín del Potro).
No auge, Murray integrou o famoso Big 4, o grupo dos quatro grandes do tênis da última geração, ao lado de Federer, Novak Djokovic e Rafael Nadal. O quarteto dominou o circuito nos últimos 20 anos. O escocês se torna o segundo a se aposentar, atrás de Federer - Nadal já indicou que pode deixar o tênis ainda nesta temporada.
Murray, contudo, enfrentou diversos problemas físicos ao longo de sua carreira. Ele passou por operações no quadril em 2018 e 2019. Ele chegou a cogitar a aposentadoria após a segunda cirurgia, na qual recebeu um implante metálico no quadril, mas decidiu se manter no circuito na esteira de uma rápida recuperação física.
Desde então, ele tem sido prejudicado por outra questões físicas, incluindo uma ruptura dos ligamentos do tornozelo esquerdo durante o Masters 1000 de Miami, nos Estados Unidos, em março deste ano.