O Banco Central (BC) publicou nesta quinta-feira um boxe sobre a evolução regional do crédito no segundo trimestre de 2022. O boxe faz parte do Boletim Regional do período, que será publicado na íntegra na sexta-feira, às 10 horas. No documento, o BC destacou o maior ritmo de crescimento do crédito agregado em todas as regiões, o que se caracterizou tanto na carteira de pessoas físicas quanto de empresas.
Para pessoa jurídica, as operações com recursos livres cresceram mais no Centro-Oeste, com liderança do financiamento à exportação, a exemplo do observado no primeiro trimestre, e, no Nordeste, região que intensificou a alta frente ao período de janeiro a março. Nas operações de empresas com recursos direcionados, somente no Centro-Oeste registrou contração da carteira, principalmente por causa de amortizações de operações do BNDES.
Em relação à carteira para famílias, as operações realizadas com recursos livres cresceram de forma relativamente homogênea em todas as regiões, segundo o BC. Houve destaque para o crédito consignado, estimulado pelo aumento do limite de desconto em folha, e as transações com cartão de crédito à vista.
O BC ainda ressaltou que foi relevante a ampliação do financiamento rural, notadamente para investimento e custeio, no Norte e no Centro-Oeste. Por outro lado, o Sul registrou contração discreta do crédito rural, após avanço significativo no primeiro trimestre. "Dentre as demais modalidades, permaneceram em evidência os financiamentos imobiliários, mesmo em contexto de juros mais elevados", completou o órgão no boxe.
Por atividade, o BC ressaltou que o comércio seguiu contribuindo para a ampliação do crédito junto ao segmento atacadista e de veículos em todas as regiões. Já o Sudeste mostrou recuo no financiamento de outros serviços, sob impacto do menor estoque de operações contratadas por empresas de atividades financeiras e de telefonia, segundo a autarquia.
No Norte, foi destaque o crédito a empresas de transporte rodoviário de carga e de armazenamento, assim como atividades auxiliares de transporte. Geração, transmissão e distribuição de eletricidade também foi importante no Nordeste e no Sudeste. Já o crédito agrícola foi relevante no Centro-Oeste e o financiamento à fabricação de produtos alimentícios e de máquinas e equipamentos, no Sul.
"No segmento empresarial, o desempenho positivo da atividade econômica em todas as regiões no segundo trimestre, à exceção do Sudeste, contribuiu para a evolução do crédito", ressaltou o BC.
Em relação à inadimplência, houve aumento moderado frente ao primeiro trimestre, como resultado do avanço na carteira das famílias e do recuo na de empresas. A inadimplência pessoa física cresceu mais no Norte e Nordeste, região que detém a maior taxa de inadimplência. Já o Centro-Oeste registrou queda, tornando-se a região com a menor taxa nesse segmento. Para as empresas, a inadimplência caiu, impactada por Norte, Sudeste e Nordeste.