O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, durante seu mandato, prefeitos não precisavam realizar 'marchas' em busca de mais repasses financeiros, em uma crítica ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta semana, Lula foi cobrado por gestores municipais na 15ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.
A afirmação foi feita em seu perfil no X (antigo Twitter) na manhã deste sábado, 25. No entanto, registros da 12ª edição do evento, realizada no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019, mostram que prefeitos reivindicaram mais recursos.
Marcha de Prefeitos 2019
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) à época, Glademir Aroldi, (2018-2021) confrontou o ex-presidente sobre a efetivação dos pagamentos. "E aí vai o questionamento: os recursos financeiros vão efetivamente chegar aos Municípios para possibilitar a execução de políticas públicas? O apoio técnico e financeiro garantido pela Constituição acontecerá?", questionou.
Aroldi pediu ainda ao Executivo que os municípios tivessem participação na distribuição dos fundos do pré-sal em 2019. "Recursos que podem chegar ainda neste ano no cofre dos gestores municipais", solicitou.
A Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios é um evento organizado anualmente pela CNM, mas pandemia de Covid-19 impediu a sua realização em 2020 e 2021. Até o momento, a assessoria de Bolsonaro não comentou as declarações.
Edição 2024
Durante a edição deste ano, que ocorreu entre 20 e 23 de maio, o atual presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destacou em coletiva de imprensa a necessidade de mais recursos vindos do Executivo. "Foram R$ 81 bilhões de prejuízo aos cofres públicos e o governo só autorizou o repasse de R$ 9 bilhões", criticou.
Em sua participação na Marcha, o presidente Lula anunciou um pacote para municípios com impacto estimado de cerca de R$ 900 bilhões, entre ações efetivas e promessas.