O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira que o mercado está mais sensível a dados fracos da economia. "Pensamos que parte da razão pela qual o mercado é mais sensível para dados ruins é a percepção de que se, por acaso, tivermos recessão ou se a economia começa a acelerar mais intensivamente, globalmente, há espaço muito menor para governos e bancos centrais fazerem políticas contracíclicas", observou durante o Barclays Day, promovido pelo Banco Barclays, em São Paulo.
Ainda sobre cenário externo, Campos Neto observou que está acontecendo uma desalavancagem em moedas, citando como exemplo o iene.
Ele também observou que, conforme se aproximam as eleições americanas, há destaque para os problemas que estão sendo debatidos e eles são extremamente relacionados com temas inflacionários em ambos os lados. "Muitos de vocês têm escrito e falado sobre isso", disse.
Sinais da Europa e EUA
O presidente do Banco Central destacou que há sinais de acomodação do mercado de trabalho na Europa e nos Estados Unidos, na margem. Em países emergentes, de acordo com ele, a história de serviços é muito diferente, com vários caminhos diferentes porque alguns mercados passam por reformas, por exemplo, e outros, não.
Em alguns, conforme Campos Neto, os indicadores estão relacionados com a renda laboral e, em outros, como o preço da comida impacta o serviço. Este é um trabalho que vem sendo monitorado de perto pelo BC, segundo ele.
O presidente da autarquia avaliou que a inflação cheia nos Estados Unidos está diminuindo e que o tema ganhou grande espaço nas campanhas tanto de republicanos quanto de democratas. Ele enfatizou, entretanto, que as propostas inflacionárias ainda não se refletiram nos preços de mercado nos EUA.