O deputado Carlos Jordy (PL/RJ) associou na manhã desta quinta, 18, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a uma 'ditadura' após ser alvo de buscas da Polícia Federal na etapa 24 da Operação Lesa Pátria - que mira suposto planejamento, financiamento e incitação dos atos de 8 de janeiro e dos episódios antidemocráticos que antecederam a intentona golpista.
Em vídeo divulgado nas redes sociais logo depois de a PF sair de sua residência, Jordy narra que foi acordado pelos agentes 'sem saber' a razão para as buscas. "É inacreditável o que estamos vivendo. O mandado de busca e apreensão, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, é a verdadeira constatação que estamos vivendo uma ditadura", afirmou.
O parlamentar relatou que se dirigiu aos policiais da seguinte forma: "Antes vocês iam na casa de políticos corruptos, que eles tinham alguma investigação por corrupção, e hoje vocês estão indo por conta de determinação de uma pessoa que se julga dono do Brasil e quer perseguir seus adversários com esse inquérito", referindo-se ao ministro do STF.
"É lamentável a ditadura que estamos vivendo no Brasil", repetiu.
As buscas nos endereços ligados ao deputado teriam sido motivadas por mensagens interceptadas trocadas com um grupo de golpistas no Rio, apontam investigadores. A Operação Lesa Pátria é uma ação permanente da PF que apura os atos golpistas.
O deputado negou ter incitado o 8 de janeiro e grupos de bolsonaristas que acamparam em frente a quartéis do Exército após a derrota do ex-presidente nas eleições 2022. "Nunca apoiei, embora as pessoas tivessem todo o direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito", anotou.
Jordy classificou a busca por ele sofrida como 'totalmente arbitrária'. "Não há nenhuma postagem nada que possa ser colocada contra mim ou que justifique essa medida autoritária de busca e apreensão", declarou. "Isso é uma piada", seguiu, ao se referir à implicação na Lesa Pátria.
O deputado ainda ligou a ofensiva da PF a uma tentativa de 'perseguição de adversários'. Ele lembrou que é pré-candidato à prefeitura de Niterói. Em sua avaliação, a operação desta manhã tem 'viés totalitário, intimidatório, sem respaldo legal'.