Após breve período no comando da pasta da secretaria especial da Cultura, na qual ficou por apenas quatro meses, Regina Duarte volta ao noticiário, agora como devedora do governo. A ex-atriz da Globo, de 75 anos, terá de devolver o valor de R$ 319,6 mil para o Fundo Nacional da Cultura. O infortúnio se deve por ter sido recusada sua prestação de contas de um projeto financiado pela Lei Rouanet, a peça Coração Bazar.
De posicionamento político claro e declarado constantemente em suas redes sociais, Regina aos poucos foi se distanciando de parcela de quem atua em cultura. Quando o governo anunciou mudanças na Rouanet e já pensava em novas diretrizes para o setor, a atriz comemorou o fato da redução do cachê de artistas, que passou a ser de 3 mil reais. Publicou ela em sua conta no Instagram na época: "Outra grande mudança que faremos na Rouanet é acabar com os grandes cachês. O novo teto será de 3 mil reais por artista individual".
Apesar de ser crítica à Lei Rouanet e seus mecanismos de promover a cultura, Regina Duarte fez uso da mesma. Em 2020, por exemplo, segundo informações do site Salic, o Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura, ela estava com o projeto da peça A Visita da Velha Senhora. Para a realização, conseguiu autorização do então Ministério da Cultura para tentar captar o total R$ 1.994,260 para a produção, por meio de sua produtora, A Vida é Sonho Produções Artísticas.
Em 2002, o espetáculo Honra estrelado por Regina Duarte também foi apoiado pela Lei Rouanet, pela qual conseguiu R$ 800 mil reais. Outra produção da artista por meio de lei de incentivo foi Pedro e Vanda, de 2003, para a qual captou R$ 288 mil. Espetáculo com texto de Eduardo Lippincott contava com Gabriela Duarte e Marcelo Serrado no elenco.