O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta quinta-feira, 29, que os dados da instituição sobre cartão de crédito indicam troca do rotativo pelo parcelado. As operações com o cartão parcelado no mês de julho aumentaram 0,5% ante junho, mas as do cartão rotativo diminuíram em 5,6%, considerada pelo técnico como uma "redução mais significativa".
Ele também enfatizou que, quando se comparam os saldos de julho passado com o do mesmo mês de 2023, há um crescimento de 8,7% no cartão de crédito como um todo e de 12,6% do cartão à vista.
Rocha comentou também que o saldo do cartão à vista cresceu R$ 47,5 bilhões e o conjunto das operações de cartão de crédito, R$ 44,7 bilhões. "Houve uma redução mais significativa dos saldos do cartão rotativo e, em termos agregados, é como se houvesse uma troca entre aquelas operações do cartão de crédito rotativo e as operações de cartão de crédito parcelado. Ou seja, a negociação entre clientes, a transferência de migração de saldos do cartão rotativo para o cartão parcelado parece que está ocorrendo", analisou.
Ele continuou o raciocínio destacando que no período de 12 meses, o cartão rotativo caiu 22,5%, o equivalente a uma queda de R$ 17 bilhões. Já o cartão parcelado aumentou 13%, o que significa um total de R$ 14 bilhões. "Houve uma redução de R$ 17 bilhões no rotativo e um aumento de 14 bilhões no cartão parcelado. Quando a gente olha o longo da série histórica do cartão rotativo, é o pico da série, ou seja, o maior montante do saldo, de valor de pessoas no cartão rotativo, aconteceu em fevereiro de 2023", comparou, salientando que esse valor do saldo do cartão naquela época era de R$ 84,7 bilhões.
De lá para cá, pelos cálculos do técnico, houve uma redução de 30%, ou R$ 26 bilhões. "Eu acho que esse é um desdobramento bastante favorável dessas operações com cartão de crédito rotativo, que novamente, como eu menciono todas as notas, são operações emergenciais, que os clientes devem evitar ao máximo entrar nessa modalidade de crédito."