Em meio aos conflitos bélicos entre Ucrânia e Rússia, o diretor-geral do Shakhtar Donetsk fez um pedido pouco usual à Fifa. Por meio de suas redes sociais, o dirigente pediu que a vaga do Irã na Copa do Mundo do Catar seja substituída pela Ucrânia, após Kiev acusar Teerã, capital do Irã, de fornecer drones a Moscou para apoiar a invasão.
"Enquanto a liderança iraniana vai se divertir assistindo sua seleção jogar a Copa do Mundo, os ucranianos serão mortos por drones e mísseis iranianos", protestou Sergiy Palkin em um comunicado nesta segunda-feira. Por várias semanas, Kiev acusou Teerã de ter fornecido 136 drones kamikaze à Rússia, que seriam usados para atacar a infraestrutura de energia. As acusações foram negadas.
"Cada um desses drones foi produzido e entregue pelas autoridades iranianas, instrutores iranianos e militares treinaram e gerenciaram diretamente o lançamento dos drones", completou Palkin. "O Shakhtar pede à Fifa e a toda a comunidade internacional que proíba imediatamente a seleção iraniana de jogar na Copa do Mundo após o envolvimento direto do país em ataques terroristas contra ucranianos."
A Ucrânia não conseguiu a vaga no Mundial após perder na repescagem europeia para o País de Gales. Para o dirigente do Shakhtar, a seleção nacional "demonstrou que merecia participar (da Copa do Mundo) jogando com o coração".
A equipe ucraniana, liderada por Oleksandre Zinchenko e Andrei Yarmolenko, venceu a Escócia por 3 a 1 em Glasgow, antes de perder na final da repescagem contra o País de Gales por 1 a 0, em Cardiff, apesar de uma enorme manifestação de simpatia internacional.
No regulamento da Fifa existe a possibilidade de substituir uma seleção na Copa do Mundo em caso de desistência. No entanto, a entidade não especifica os critérios para que isso ocorra. Neste ano, além desse pedido do dirigente do Shakhtar, o Chile entrou com um recurso para conquistar a vaga do Equador, após obter documentos de que o atleta Byron Castillo estaria jogando irregularmente pela seleção. O pedido foi negado em setembro.
Trocar o Irã pela Ucrânia por razões políticas seria "uma decisão histórica e esportivamente justificada", insistiu Palkin, pedindo aos líderes mundiais do futebol que não "repitam os erros da Copa do Mundo de 2018 na Rússia".