Membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel afirmou nesta terça-feira, 23, em linha com a postura recente da instituição, que ainda precisa estar convencido pelos indicadores de que a inflação "irá de fato atingir nossa meta de modo adequado e sustentado", antes de cortar juros. Segundo ele, isso dependerá "em grande medida" da trajetória dos salários, da produtividade e das margens de lucro. "Caso a perspectiva favorável da inflação de março for confirmada na projeção de junho e os próximos dados apoiarem este quadro projetado, nós podemos considerar um corte de juros."
Nagel tratou do tema durante fala no Dia Bancário Alemão. Ele defende a união monetária, dos mercados de capital e bancária como "uma tríade para a prosperidade e a resiliência da Europa", segundo o título de seu discurso.
Segundo ele, um mercado de capitais integrado apoia uma política monetária uniforme na zona do euro, por garantir que os impulsos desta provoquem efeito equilibrado em toda a área da moeda comum. As empresas, além disso, precisam ter mais facilidade para se financiar para além das fronteiras nacionais, argumentou. Os bancos também se beneficiam dessa união, em um mercado de securitização "transparente e de alta qualidade". Ao mesmo tempo, ele disse que "há certamente muito trabalho a fazer" para se concluir a união bancária.