Novamente vítima de racismo, a oposta Paola Egonu afirmou neste sábado que não vai mais defender a seleção italiana de vôlei. A atleta participou da conquista da medalha de bronze no Mundial, disputado em Apeldoorn, na Holanda, e encerrado nesta tarde.
Momentos após a partida contra os Estados Unidos, na disputa pelo terceiro lugar, Egonu foi flagrada por torcedores desabafando com seu empresário na beira da quadra e sendo categórica ao afirmar que não aguenta mais ser vítima de racismo. "Perguntaram-me por que sou italiana, esta foi a minha última partida", lamentou Egonu.
Além da fala da oposta, uma cena após a partida chamou atenção do público e alimentou a possibilidade da atleta encerrar seus trabalhos na seleção. Ainda em quadra, ela ficou abraçada por um longo período com a capitã da equipe, a líbero Monica De Gennaro.
Aos 23 anos, Egonu é uma das principais atletas jovens da modalidade e destaque da seleção italiana. Em julho, inclusive, comandou a Itália na Liga das Nações no título conquistado sobre o Brasil, além de ter sido eleita a melhor jogadora jovem do campeonato. No currículo, ainda soma participações em dois Jogos Olímpicos, no Rio-2016 e em Tóquio, no ano passado.
Egonu é filha de nigerianos que imigraram para Itália e nasceu em Cittadella, no norte do país. No último mês, a atleta havia sido vítima de comentários racistas na TV italiana. A apresentadora Cristiana Buonamano xingou a atleta de "macaca" em um programa da Sky Sports.