A Uefa autorizou nesta quarta-feira o início dos testes para que sejam disponibilizados lugares em pé nas arquibancadas em jogos das competições europeias na Inglaterra, Alemanha e França. Com isso, a capacidade máxima de diversos estádios ao redor da Europa serão substancialmente aumentados.
Ao longo das décadas, os setores em que torcedores ficam em pé foram desaparecendo de forma progressiva, após tragédias como as de Hillsborough, em 1986 (97 mortes) e Furiani, em 1992 (19 mortos). Nas competições nacionais, como Campeonato Alemão, Inglês e Francês, esses setores foram retornando.
"É uma vitória histórica para o movimento de torcedores europeus. Comemoramos a evolução da Uefa para uma política de segurança baseada nos fatos, levando em conta as necessidades e expectativas dos torcedores ativos", comentou Gregor Weinreich, membro do Conselho de Administração da associação Football Supporters Europe (FSE) e coordenador da campanha "Europe Wants To Stand" (a Europa quer ficar de pé), lançada em 2019.
Essa campanha conta com o apoio de torcedores e clubes afetados, como o Borussia Dortmund e sua "Muralha Amarela", com cerca de 24 mil pessoas. "Estender este conceito (de torcedores em pé nas arquibancadas) aos jogos europeus", era um dos pedidos feitos à Uefa, segundo relatado em comunicado nesta quarta-feira. A partir de agora, o Signal Iduna Park passará a receber 81.365 nos jogos do clube na Liga dos Campeões.
A decisão tomada nesta quarta ainda passa por testes antes de ser definitiva. No final de 2011, a Uefa encomendou um estudo que revelou "enfoques muito diferentes" entre países e, por vezes, entre "regiões e cidades dentro de um mesmo país". "O objetivo é avaliar se e em quais condições as arquibancadas com lugares em pé podem ser reintroduzidas nas competições da Uefa com total segurança", afirma a nota.