Economia

Estoque de veículos chega ao maior volume em dois anos, diz Anfavea

Estadão Conteúdo
08/07/2022 às 13:28.
Atualizado em 08/07/2022 às 13:39

Com as montadoras segurando o ritmo de produção, apesar da irregularidade no fornecimento de peças, o mercado automotivo iniciou este mês com o maior volume de veículos em estoque dos últimos dois anos.

Conforme os números divulgados nesta sexta-feira pela Anfavea, a entidade que representa o setor, junho terminou com 145,5 mil veículos nos pátios de fábricas e concessionárias, o que corresponde a um acréscimo de 21,6 mil unidades em relação a número apurado um mês antes. Desde junho de 2020, quando os estoques eram de 157,6 mil unidades, não se tinha tantos veículos novos à disposição do mercado.

Levando em conta o ritmo atual do mercado, de 8,5 mil veículos vendidos por dia, o total em estoque cobre hoje 24 dias de venda, acima dos 21 dias do início do mês passado.

Diante da acomodação das vendas em junho, após a reação mostrada nos dois meses anteriores, os estoques voltam assim ao volume de antes da crise do fornecimento de peças, sobretudo componentes eletrônicos, responsável por provocar há mais de um ano paralisações de montadoras.

Durante a apresentação dos resultados do setor no mês passado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que o aumento do estoque é explicado pela finalização de carros que estavam à espera de peças. Com a chegada dos componentes, esses veículos foram entregues ao mercado. O executivo descartou que os veículos estejam encalhados por falta de consumidores.

"Essa questão não é um problema de venda no varejo", assegurou Leite. "Em função da crise de abastecimento, é muito normal uma montadora ficar com veículo incompleto parado em sua linha de produção. No momento em que recebe os componentes, acabam desovando um número maior de veículos", acrescentou o presidente da Anfavea.

Segundo ele, essa situação aconteceu, principalmente, em duas marcas, sem esclarecer quais. Leite observou que o giro dos estoques continuam, no entanto, bem abaixo do patamar de antes da pandemia: entre 38 e 43 dias.

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