Tropas israelenses anunciaram nesta quinta, 25, que recuperaram os corpos de cinco israelenses que haviam sido levados para Gaza. A informação veio no momento em que cresce a pressão internacional por um acordo de cessar-fogo que envolva a libertação dos reféns que o Hamas sequestrou nos ataques do dia 7 de outubro.
Os corpos foram encontrados na quarta-feira em um túnel em uma zona de Khan Younis, que Israel designou anteriormente como uma área humanitária aonde os civis de Gaza poderiam ir para evitar os combates e receber ajuda, disseram os militares israelenses. O túnel tinha 220 metros de comprimento e mais de 20 de profundidade, com vários cômodos, segundo o Exército.
Israel disse que o Hamas explorou a "zona humanitária" para lançar foguetes contra seu território, além de usá-la para outros fins militares. Grupos de ajuda humanitária lamentaram que o Exército tenha atacado a área, apesar de ter garantido aos habitantes que eles estariam mais seguros no local. O Hamas não se manifestou sobre os corpos.
Israel iniciou esta semana uma nova operação em Khan Younis, usando tanques e caças para atacar o que descreveu como infraestrutura do Hamas no sul da cidade. O almirante Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, disse que a nova ofensiva tinha como objetivo "viabilizar a operação" para recuperar os corpos dos reféns.
Mortes
Dezenas de pessoas foram mortas durante o ataque israelense a Khan Younis, informou o Ministério da Saúde de Gaza. Muitos fugiram de suas casas com a intensificação dos bombardeios, enquanto outros optaram por ficar, acreditando que estariam mais seguros em suas casas do que em barracas. Na ofensiva, Hagari disse que as forças israelenses haviam matado "muitos terroristas".
Autoridades israelenses afirmaram que os cinco corpos recuperados são de Maya Goren, de 56 anos; Tomer Ahimas, de 20 anos; Kiril Brodski, de 19 anos; Oren Goldin, de 33 anos; e Ravid Katz, de 51 anos. Eles foram mortos, segundo Israel, durante os ataques de 7 de outubro e levadas para Gaza como moeda de troca.
O Exército israelense disse que informações de inteligência - incluindo muitas obtidas em interrogatórios de militantes palestinos detidos - guiaram os soldados até o túnel onde estavam os corpos.
A recuperação dos corpos e as imagens dos cinco retornando para casa em sacos de cadáveres aumentou a pressão interna sobre o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, para encerrar a guerra, no momento em que ele viaja para os EUA para consolidar o apoio americano para manter os combates.
Durante o discurso de Netanyahu no Congresso, na quarta-feira, seis parentes de reféns foram detidos na galeria da Câmara dos Deputados pela polícia do Capitólio - todos usavam camisetas pedindo um acordo para libertar os reféns. "Netanyahu falou por 54 minutos e não mencionou uma única vez a necessidade de acordo", disse Gil Dickmann, cujo primo Carmel Gat foi sequestrado. "Ele precisa assinar o acordo e libertar todos os reféns agora." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.