A primeira edição da feira ArPA, projeto concebido por Camilla Barella, será aberta hoje, para convidados (e amanhã para o público), no Pavilhão Pacaembu. São 47 galerias de todo o País e de fora a - de grande porte e iniciantes -, que vão mostrar obras de artistas conhecidos (como José Spaniol e José Damasceno) e outros ainda em processo de inserção no mercado. Como eles, a ArPA está em busca de um lugar ao sol, mas não é uma ameaça às grandes feiras, garante Camilla Barella.
"É uma feira mais enxuta, que tem outra proporção e propósito", observa, definindo-a como "uma experiência contemplativa". A realização da ArPa será simultânea à Made - Mercado, Arte, Design, feira de design já em sua décima edição. A parceria é uma iniciativa do curador de design, Waldick Jatobá.
Contando com expositores do mercado primário e secundário, a ArPA tem estandes destinados a novas galerias. De qualquer modo, o espaço reservado a cada expositor não é grande (varia de 30 a 50 metros quadrados), criando uma atmosfera mais intimista. Os organizadores sugeriram que cada galeria exiba obras de, no máximo, dois artistas.
Além de não se concentrar no eixo Rio-São Paulo, a feira conta com a participação de galerias de Buenos Aires e Londres, entre as internacionais. E quer expandir seu campo de visão, contando para isso com quatro curadores em diferentes segmentos. No setor principal está a curadora Ana Beatriz Almeida, mestre em História da Arte que pesquisa a obra de artistas africanos e da diáspora africana. O setor de galerias internacionais está a cargo do mexicano José Esparza Chong Cuy.
OCUPAÇÃO
Como uma feira de "vocação democrática", de acordo com Camilla Barella, os organizadores pediram à curadora carioca Catarina Duncan que organizasse uma mostra com obras tridimensionais de grande porte na parte externa do Pacaembu, que poderá ser vista gratuitamente. Assim, na praça Charles Miller estarão esculturas e instalações provenientes de 10 galerias. Em 2020, no projeto piloto que resultou na ArPA, essa mostra ocupou o campo, quadra e piscina do estádio.
Finalmente, a quarta curadora, a paulista Carolina Lauriano, ficou responsável pelo projeto Prisma, série de atividades para divulgar obras dos artistas participantes e conquistar público para a arte contemporânea. O segmento é integrado por artistas, curadores, colecionadores e galeristas, promovendo visitas a ateliês, coleções e instituições.
"Pretendemos ser uma feira acolhedora, promovendo visitas guiadas a cada hora, gratuitas, para esclarecer dúvidas do público", diz a diretora da feira que, segundo Camilla, "não é só um lugar de negócios, mas, principalmente, uma feira de relacionamentos".
Já a décima edição da feira de design Made (Mercado, Arte, Design), realizada pela W/Design, de Waldick Jatobá, será simultânea à ArPA, reunindo os nomes mais representativos do design brasileiro contemporâneo num espaço coletivo. A plataforma Made quer atrair a atenção do público e difundir novas ideias sobre design. Para isso a feira conta com um Conselho Consultivo (composto por Claudia Moreira Salles, entre outros notáveis) com o intuito de debater o design contemporâneo brasileiro e estrangeiro.
A curadoria de conteúdo e a seleção dos 80 expositores da Made propõem, durante a feira, uma reflexão sobre o meio ambiente com o tema Como Uma Onda, projeto expográfico inédito do arquiteto Álvaro Razuk que vai ser apresentado durante a Semana do Meio Ambiente (de hoje a dia 5).
ArPa - Feira de Arte
Pavilhão Pacaembu (Praça Charles Miller, s/n1). Preview para convidados: 1/6. Aberta ao público: 2/6. 4ª./sáb.,13h/20h30; dom., 11h/18h. Preços: R$ 50 e R$ 25 (meia). Até 5/6
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.