A Federação Única dos Petroleiros (FUP) contestou em nota nesta quarta-feira, 21, notícias que estão sendo veiculadas desde o mês passado sobre possíveis indicações políticas que a entidade teria feito à Petrobras. De acordo com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, "a FUP não faz indicações e nem precisaria", afirmou.
"A FUP é uma das maiores federações de trabalhadores do País e a maioria dos petroleiros da Petrobras, filiados a alguma representação sindical, são ligados à FUP, ou seja, a Federação está na grande parte do corpo funcional da companhia", disse Bacelar. "Assim sendo, mesmo quando escolhe alguém do seu corpo técnico e funcionário de carreira, a empresa está colocando um pouquinho mais de FUP em cargos de liderança. E quando a estatal escolhe especialistas competentes extra quadro, altamente qualificados - como está previsto no estatuto da empresa - a FUP só tem a apoiar", acrescentou.
Desde que assumiu a presidência da Petrobras, Magda Chambriard substituiu gerentes-executivos que, na avaliação do governo, estavam ligados à gestão Bolsonaro. A manutenção desses nomes foi um dos argumentos alegados para a demissão do ex-presidente da estatal Jean Paul Prates.
Segundo cálculos do Citi, a rotatividade da Petrobras na composição executiva com Magda saltou para cerca de 35%, com 15 novas alterações na composição feitas entre 1º e 13 de agosto (um novo cargo e 14 substituições). Entre os gerentes executivos a rotatividade avançou de 9% para 31% (16 mudanças de cargo de 50), enquanto de gerentes gerais, pulou de 13% para 25% (2 de 8), e ficou em 25% nos colaboradores com funções específicas (3 de 4).
Na avaliação dos analistas do Citi, a estatal tem mantido a governança corporativa, que é um dos pilares da tese de investimentos do Citi nas suas ações, mas as intensas mudanças no topo são "uma potencial bandeira amarela".