Em meio à crise bancária que começou com a falência do banco First Republic, nos Estados Unidos, o G7 disse estar pronto para "tomar as medidas apropriadas para a manter a estabilidade financeira e a resiliência do sistema financeiro global". O grupo formado pelas democracias mais ricas do mundo disse monitorar de perto as movimentações do setor, que é resiliente.
"Reafirmamos que nosso sistema financeiro é resiliente, apoiado pelas reformas regulatórias financeiras implementadas após a crise financeira global de 2008", afirmou o grupo, em comunicado oficial divulgado neste sábado, 20.
O bloco ainda disse "apoiar fortemente" o trabalho do Conselho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board ou FSB, na sigla em inglês) e outros órgãos regulatórios. O FSB é um órgão internacional que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro global e foi criado após a cúpula do G20 em 2009 como sucessor do Fórum de Estabilidade Financeira.
BMDs
Os países-membros do G7 disseram estar determinados a colaborar entre si e com outras potências mundiais para promover a evolução dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs). Os BMDs são instituições financeiras controladas pelos governos e servem como instrumento de financiamento para projetos de grande escala, como obras de infraestrutura.
Em um comunicado oficial publicado neste sábado, 20, após reuniões em Hiroshima, no Japão, o G7 disse que vai incentivar os BMDs e Instituições Financeiras de Desenvolvimento (DFIs) a acelerar esforços "para aumentar sua capacidade de alavancar o financiamento privado, inclusive por meio da implementação de reformas dos BMDs".
Criptoativos
O mesmo comunicado também informou que os países-membros vão continuar a deliberar políticas sobre moedas digitais e incentivaram a regulamentação do mercado de criptoativos.
Segundo o bloco, formado pelas democracias mais ricas do mundo, o objetivo das políticas regulatórias é "aproveitar os benefícios da inovação, como eficiência de pagamento e inclusão financeira", ao mesmo tempo que se atenta a "riscos potenciais à estabilidade, resiliência e integridade do sistema monetário e financeiro".
"Monitoramento, regulamentação e supervisão eficazes são essenciais para lidar com os riscos de estabilidade e integridade financeira apresentados pelas atividades e mercados de criptoativos e para evitar a arbitragem regulatória, ao mesmo tempo em que apoiam a inovação responsável", afirmou o G7, no documento.
O setor de criptomoedas luta para encontrar uma saída para a crise desde a derrocada da corretora FTX, que pediu falência em novembro de 2022. Desde então, o mercado tem encontrado dificuldades para se reerguer e convencer investidores de que é um ambiente seguro para negócios.