O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 19, que a mudança no cenário externo desde o final do ano passado, com a postergação do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, é um dos principais fatores que levaram a uma mudança de perspectiva para a Selic, causando uma "oscilação grande de expectativas sobre o que poderia acontecer com a atividade econômica nos Estados Unidos". Essas oscilações abruptas, segundo ele, trazem volatilidade para os preços.
No entanto, Galípolo ponderou que "hoje se está caminhando, migrando, para uma leitura mais consensual de que o cenário-base, vamos dizer assim, na cabeça do mercado seria um soft landing, seria uma aterrissagem mais suave da economia norte-americana".
Isso significa, na sua avaliação, uma melhora no cenário internacional. "Não ter uma aterrissagem, ou seja, uma atividade mais aquecida, levantaria dúvidas se os EUA teriam que conviver com taxa de juros mais alta por mais tempo, - o que costuma ser adverso, vamos dizer assim, para economias emergentes. Mas também uma redução muito abrupta da atividade da economia norte-americana poderia provocar uma aversão a risco, o que costuma ser ruim especialmente para economias emergentes."