O secretário-executivo do ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, evitou fazer projeções sobre juros, uma vez que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria de política monetária do Banco Central (BC).
"Não cabe a mim fazer agora qualquer tipo de projeção sobre política monetária. Já não fazia quando estava na condição apenas de secretário-executivo. Agora na condição, interinamente, de indicado pelo presidente para essa posição, menos ainda", declarou Galípolo ao responder, em entrevista para a BandNews, se existe margem para corte de juros superior ao projetado pelo mercado.
Segundo o secretário, serão as expectativas, que dependem das ações do governo, que permitirão a queda da taxa Selic. "São consensos e convenções que farão a formação de preço no mercado e, a partir disso, temos a referência. Por isso, as curvas futuras são sempre grandes referências para decisões tomadas na política monetária", afirmou.
Ao falar sobre o arcabouço fiscal, em "momento final" na relatoria, Galípolo disse que há um esforço no Legislativo para aprimorar o texto. Rebatendo opiniões de que não há recursos para o governo entregar as metas fiscais prometidas, o secretário disse que existe, sim, de onde retirar, dando como exemplo subsídios não eficazes. "O arcabouço coloca a discussão sobre conflito distributivo."
O propósito da regra fiscal, pontuou, é suavizar o ciclo econômico, mas também assegurar a agenda de governo escolhida, em outubro, nas urnas. "Todo trabalho de recomposição da base tributária é para atender aos programas sociais e a sustentabilidade das contas públicas", declarou Galípolo, acrescentando que o trabalho do ministério é apontar as consequências das escolhas que estão sendo feitas pela sociedade.