Embora a inflação no País tenha acelerado na passagem de junho para julho, os aumentos de preços na economia foram menos espalhados, concentrados em itens com peso importante na cesta de consumo das famílias, como a gasolina e a energia elétrica residencial. A avaliação é de André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,21% em junho para 0,38% em julho. O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, desceu de 52% em junho para 47% em julho.
"No mês de julho, a gente pode dizer que a inflação foi menos espalhada entre os subitens que compõem o IPCA", disse Almeida. "Embora a gente tenha tido um menor espalhamento do fenômeno inflacionário dentro dos subitens que compõem o IPCA, o impacto final é composto por uma combinação da variação de preços mais o peso dos subitens."
A gasolina aumentou 3,15%, item de maior impacto sobre o IPCA do mês, 0,16 ponto porcentual. As passagens aéreas subiram 19,39% em julho, segunda maior pressão, 0,11 ponto porcentual. A energia elétrica residencial subiu 1,93%, resultando numa pressão de 0,08 ponto porcentual sobre a inflação.
Juntas, a gasolina, a passagem aérea e a energia elétrica somaram uma pressão de 0,35 ponto porcentual no IPCA, o equivalente a 93% de toda a inflação do mês.
"Essas altas possuem um impacto maior no resultado final", disse Almeida.
Para agosto, porém, o pesquisador prevê que o IPCA absorva a influência na energia elétrica do retorno em vigor da bandeira tarifária verde, que elimina cobranças extras sobre a conta de luz. Além disso, a inflação deve ser influenciada também por reduções de tarifas de energia em São Paulo, Belém e Vitória.
O IPCA é composto por uma cesta de consumo de 377 subitens.