As emissões de Escopo 1 das mineradoras somaram 11,3 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e) em 2022, sendo que a maior parte (59%) do volume vem da movimentação de grandes máquinas e equipamentos, incluindo veículos, movidos a diesel. Os números fazem parte do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Setor Mineral, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e divulgado nesta terça-feira, 28.
As emissões de Escopo 1 são as liberadas na atmosfera como resultado direto da operação das empresas. As de Escopo 2 - que são indiretas, provenientes da energia elétrica adquirida para uso da companhia - alcançaram 1 milhão de toneladas. As de Escopo 3 contabilizam as emissões da cadeia de valor dos produtos. De acordo com o Ibram, as emissões de processamento do produto (categoria 10 do Escopo 3) totalizaram 762,2 milhões de toneladas. Nessas emissões foram consideradas também as emissões da categoria 11 (uso do produto).
Nas emissões de Escopo 1, as categorias mais representativas são combustão móvel (59%) e mudança do uso do solo (14%), o que é coerente com o perfil de operações do setor, com movimentação de grandes máquinas movidas a diesel para extração mineral e necessidade de alteração da vegetação para limpeza do solo, explicou o Ibram.
O estudo conclui que, com avanços tecnológicos e iniciativas inovadoras, é provável que a mineração se torne menos intensiva em carbono no futuro.
Também aponta possibilidades de ações para descarbonização, como adoção do hidrogênio verde para caminhões e equipamentos de mineração, que, lembra o estudo, necessita de arcabouço regulatório e metodológico robusto. Outra medida proposta é a eletrificação de equipamentos e frota, que tem como obstáculos o aumento do consumo de energia elétrica, o tempo de carregamento das baterias dos veículos e a disponibilidade de veículos e de capacidade.