Na esteira da aprovação na Câmara da medida provisória que recria o Minha Casa, Minha Vida, os fabricantes de eletrodomésticos defendem que seja incluído no texto um complemento para que itens essenciais de linha branca - como geladeira, fogão e máquina de lavar roupa - também passem a ser financiados por meio do programa. Em período fraco para o setor, a medida poderia impulsionar as vendas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de eletrodomésticos no País acumula queda de 7,3% em 12 meses até abril deste ano. Já as vendas no varejo apresentam queda de 1,5% no mesmo período.
"A demanda, de fato, caiu. Houve um pico durante a pandemia que agora arrefeceu. Além de exigir um tíquete maior do consumidor, há menos interesse em assumir dívida para a compra por falta de confiança na manutenção dos empregos", diz Eugênio Foganholo, sócio da consultoria Mixxer, especializada em varejo.
A emenda que propõe a inclusão de geladeira e fogão no financiamento da casa própria é de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que teve recentemente seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral. Na aprovação da MP na Câmara, porém, a emenda não foi incluída. Não existe hoje um cálculo do custo dessa medida por parte do governo, nem de seu benefício à economia, mas o setor defende que os impactos seriam positivos.
Em nota, a Eletros alega que "tem dialogado com o Poder Executivo federal e com parlamentares do Poder Legislativo nacional para tratar de uma eventual inclusão de eletrodomésticos no programa Minha Casa, Minha Vida".
"A partir de um diálogo propositivo, temos apresentado argumentos técnicos sobre os ganhos econômicos e sociais que esta ampliação do programa traria aos seus beneficiários", diz a entidade.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.