A defesa de Alberto Youssef pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato, seja investigado por supostamente agir para abafar o grampo clandestino encontrado na cela em que o doleiro esteve preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Os advogados afirmam que o caso não foi investigado com isenção e que Moro teria atuado na sindicância aberta pela PF e em processos para evitar que o caso viesse a público. A escuta foi encontrada em 2014, primeiro ano da Lava Jato.
Procurado pela reportagem, o ex-juiz informou que qualquer 'insinuação' de seu envolvimento no caso é 'calúnia'.
O pedido do doleiro está no gabinete do ministro Dias Toffoli, que colocou o caso em sigilo. Foi o ministro quem anulou provas do acordo de leniência da Odebrecht, atingindo ações e investigações em série abertas na esteira da Operação Lava Jato.
Alberto Youssef fechou o primeiro acordo de delação premiada no Brasil, ainda no Caso Banestado. Ele foi preso novamente na Lava Jato, quando fechou outra colaboração, que impulsionou investigações contra dezenas de políticos envolvidos em corrupção na Petrobrás.
A escuta foi encontrada pelo próprio doleiro. Um laudo da PF apontou que o grampo clandestino ficou ativo entre 17 e 28 de março de 2014. A defesa de Youssef estuda pedir a anulação de sua delação.
COM A PALAVRA, O SENADOR SERGIO MORO
"O caso no Paraná passou por vários juízes, sendo arquivado pelo juiz Bonat, que agiu com correção. Qualquer insinuação de envolvimento do senador Sergio Moro é calúnia."