O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso mudar a cultura brasileira sobre o que é considerado gasto. Em evento de assinatura da revisão do acordo pelo desastre de Mariana, o presidente afirmou que empresas do País evitam investimentos que podem impedir tragédias em prol do lucro. Na sequência, fez um paralelo com o entendimento sobre os gastos públicos.
"A gente nunca se perguntou quanto custou não ter alfabetizado esse País há 60 anos. Nunca se perguntou quanto custou não ter feito reforma agrária. A gente nunca pergunta quanto custa ter tantas crianças analfabetas. Porque tudo o que a gente quer fazer na área social é tido como gasto", disse Lula.
Para o presidente, é preciso ter clareza de que melhorar áreas como Saúde e Educação são "investimentos que têm retorno em melhorar a vida dos humanos".
O governo federal formalizou no evento o compromisso firmado com as empresas para o pagamento de R$ 100 bilhões em recursos novos destinados a políticas de reparação socioambientais. Esse valor será destinado ao Poder Público ao longo de 20 anos.
Além dos R$ 100 bilhões para o poder público, há R$ 32 bilhões em obrigações a fazer, diretamente pelas empresas. Ou seja, são R$ 132 bilhões em valores novos e R$ 38 bilhões já desembolsados via Fundação Renova, totalizando o valor global de R$ 170 bilhões.