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Macron pede 'transparência' sobre final da Liga após polêmica com ingleses

Estadão Conteúdo
01/06/2022 às 11:00.
Atualizado em 01/06/2022 às 11:08

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu "transparência total" do governo na investigação dos incidentes ocorridos antes da final entre Liverpool e Real Madrid, no último sábado, pela Liga dos Campeões, em Paris. A decisão, vencida por 1 a 0 pelo time espanhol, começou com atraso por causa do grande número de torcedores que não conseguiram entrar no Stade de France, palco da partida, mesmo com ingresso. Outros, sem bilhete, conseguiram driblar a segurança e invadir o local. Roubos e agressões também foram registrados.

O caos na decisão do principal torneio de clubes na Europa não caiu nada bem para o governo francês, que tem os Jogos Olímpicos de Paris, marcados para 2024, no horizonte. Tudo piorou depois que Gérald Darmanin, ministro do Interior, atribuiu a confusão a "30 mil ou 40 mil" torcedores ingleses que compareceram "sem ingressos ou com bilhetes falsos", tese que não foi bem recebida tanto no Reino Unido quanto na França, com o chefe de gabinete sendo acusado de mentir sobre a situação.

"Os fatos são muito sérios e a mentira do ministro é muito séria", assegurou a opositora de extrema-direita Marine Le Pen no canal de TV France 2, sugerindo a renúncia de Darmanin. Já para Manuel Bompard, do partido de esquerda Francia Insumisa, "houve um fiasco total na organização". "Quando cometemos um erro, algo acontece, o melhor é admitir seus erros, não inventar números falsos", acrescentou.

Segundo Darmanin, cerca de "70%" das entradas apresentadas pelos torcedores na final da Liga dos Campeões eram falsas, mas um número preciso não foi apresentado. Levando em consideração que quase 60 mil torcedores do Liverpool compareceram ao Stade de France, segundo o ministro, calcula-se que cerca de 40 mil bilhetes não seriam verdadeiros.

O ministro do Interior teve a sua tese confrontada também nesta terça-feira, quando a Uefa e a Federação Francesa de Futebol (FFF) avaliaram que o número de ingressos falsos apresentados na final foi de 2.800, bem inferior ao sugerido por Darmanin. Para a imprensa britânica, a fala do membro do governo tem como objetivo camuflar as falhas na organização e na segurança do evento, incluindo a truculência nas ações policiais.

O presidente-executivo do Liverpool, Billy Hogan, disse que recebeu 5 mil mensagens em 24 horas e ficou "chocado" que os torcedores "foram tratados indiscriminadamente no sábado". Na segunda-feira, o clube exigiu formalmente um pedido de desculpas ao governo da França pelos incidentes.

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