O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta, 31, que respeita o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e que espera haver diálogo entre as duas nações. Mesmo assim, ele criticou a postura do governo americano de "tratar a Venezuela como colônia".
O presidente venezuelano também criticou os Estados Unidos, dizendo que a maior economia do mundo tem uma "diplomacia falsa", não cumprindo nada do que foi prometido e sendo "mentirosos e farsantes". "É preciso deixar essa visão colonialista, enquanto não nos tratarem como iguais, não haverá diálogo", completou.
Milei e Bolsonaro
Maduro também afirmou que "quem se meter" com ele vai "secar", em alusão de que enfrentará sérias consequências. Entre seus oponentes, citou a "ala fascista internacional", da qual, segundo ele, faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Javier Milei.
"Quem se meter comigo vai secar: a ala internacional fascista, Bolsonaro, Milei, (o presidente do Equador, Daniel) Noboa, e repressor assassino (o presidente de El Salvador, Nayib) Bukele, Vox e os narcotraficantes assassinos da Colômbia", disse Maduro, no Palácio Miraflores, sede do governo.
Segundo Maduro, a Venezuela "não ficará nas mãos" do fascismo e do imperialismo. Ele também disse que há uma conspiração para a instauração de uma guerra civil, mas que ele "não vai permitir isso".
Maduro falou ainda em continuar trançando o caminho do ex-presidente Hugo Chávez. "Mas se o imperialismo norte-americano e os fascistas nos obrigam, não vai tremer meu pulso para organizar uma nova revolução com outras características. O povo sabe que não nascemos no 'Dia dos Covardes'", afirmou.
Esta é a primeira vez que Maduro fala com a imprensa internacional após os resultados das eleições venezuelanas do último domingo, 28, que foram contestadas pela oposição e observadores internacionais, em suspeita de fraude. Ele utilizou a ocasião para criticar a mídia.