Vencido pela pressão da Executiva Nacional do PSDB, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) oficializou a desistência da corrida pelo Palácio das Esmeraldas e anunciou o apoio à presidenciável Simone Tebet (MDB-MS), candidata pela aliança entre PSDB, MDB e Cidadania. "A gente não pode avançar além daquilo que é possível", disse Perillo em entrevista coletiva, nesta sexta-feira, 5, em Goiânia. Agora, o tucano oficializou sua entrada na disputa pelo Senado Federal.
O ex-governador tucano tentou negociar alianças com petistas e bolsonaristas, em Goiás, mas o veto da Executiva Nacional, como disse o próprio Marconi Perillo, além da falta de aceitação de filiados no Estado, enfraqueceram as articulações. "Tínhamos dificuldades de efetivar alianças. Com o centro, porque tinham suas candidaturas, e, em outros polos, porque o PSDB Nacional e muitos companheiros de Goiás tinham dificuldades (de aceitação) por conta de antagonismos e divergências históricas", declarou Perillo.
Os tucanos de Goiás negociaram pesado para ter o apoio de PT e PSB no Estado, mas os pedidos de Marconi Perillo não foram atendidos pelos petistas. O ex-governador queria a deputada estadual Delegada Adriana Accorsi (PT) como sua vice, caso lançasse chapa para disputar o Palácio das Esmeraldas. O próprio grupo de Accorsi passou a tarde desta quinta-feira, 4, reunido no QG de campanha para definir a melhor estratégia. A reunião terminou com a decisão de que a deputada estadual seguiria com sua pré-candidatura à Câmara dos Deputados.
Sem o apoio do PT, restou a Marconi Perillo articular o melhor cenário para buscar vaga no Congresso Nacional. Em carta, o presidente nacional do PSDB Bruno Araújo havia pedido para que o ex-governador se lançasse deputado federal, mas Perillo insistiu em negociar a busca pelo Senado e viabilizou, com figurões na suplência: o ex-presidente da Saneago, Jalles Fontoura, e o empresário Marcos Ermírio de Moraes, responsável pelo evento Rally dos Sertões.
"Dormi pouco e refleti muito nos últimos 30 dias", disse Marconi Perillo durante a coletiva. "Em momentos, eu dormia com o pensamento de que seria governador, outros momentos acordava como candidato a deputado federal. Só senador que nunca parei muito para pensar." O cargo, contudo, não é desconhecido para Marconi Perillo. Quatro vezes eleito governador de Goiás, o tucano também foi senador da República entre 2007 e 2010 e chegou a ser vice-presidente do Senado Federal nos últimos dois anos de Congresso Nacional.
Como seu nome era cogitado para a vaga de senador desde o último ano, Marconi Perillo sempre foi apresentado em pesquisas estimuladas como uma possibilidade na disputa pelo cargo. Em geral, o tucano sempre aparecia em primeiro ou segundo lugar nas intenções de voto, sempre páreo aos resultados do deputado federal Delegado Waldir Soares (União Brasil), que deve ser oficializado candidato ao Senado pelo UB em Goiás. Outros nomes confirmados na disputa pela vaga são Vilmar Rocha (PSD), Alexandre Baldy (PP), o deputado federal João Campos (Republicanos), o empresário Leonardo Rizzo (Novo), Manu Jacob (PSOL) e o ex-senador Wilder Morais (PL).