Internacional

Missão do FMI chega à Argentina para renegociar dívidas

Estadão Conteúdo
03/01/2024 às 07:01.
Atualizado em 03/01/2024 às 07:10

O porta-voz do governo da Argentina, Manuel Adorni, afirmou ontem que uma comitiva do FMI chegará a Buenos Aires amanhã para renegociar os termos do pagamento da dívida fechados pelo governo anterior, do peronista Alberto Fernández. Segundo Adorni, o acordo caducou por nunca ter sido cumprido.

Segundo o jornal Ámbito, a intenção do governo do presidente, Javier Milei, é obter um perdão ("waiver", no jargão do mercado) do FMI após o país não conseguir cumprir as metas acordadas em agosto sobre volume de reservas e quadro fiscal. O jornal cita ainda que, nos primeiros meses do ano, a Argentina teria de pagar US$ 1,3 bilhão ao FMI (cerca de R$ 6,3 bilhões), no dia 9, e outros US$ 650 milhões, no dia 16.

JANELA. O governo pretende no mínimo adiar o pagamento até o fim de janeiro. Fontes da Casa Rosada, citadas pelo jornal Clarín, informaram que "é provável" que eles unifiquem os vencimentos de janeiro, uma medida prevista nas regras do FMI - a Argentina já fez isso quando o ministro da Economia era Sergio Massa.

O FMI concedeu um empréstimo à Argentina durante o governo de Mauricio Macri - hoje aliado de Milei. Em 2023, Fernández renegociou os termos do acordo, mas não cumpriu as metas estabelecidas.

A reunião de amanhã será presidida pelo chefe de gabinete de Milei, Nicolás Posse, e pelo ministro da Economia, Luis Caputo, que se encontrarão com a comitiva do FMI liderada por Kristalina Georgieva.

Durante a campanha eleitoral, Milei se mostrou disposto a fazer um ajuste mais severo do que o exigido pelo FMI como condição para refinanciar as dívidas contraídas pelo governo de Macri.

PRESSA

O presidente, que apresentou um pacote de reformas ao Congresso, no fim de 2023, tem pressa em aprovar as medidas para aproveitar o capital eleitoral que ganhou das urnas. Assessores e aliados temem um desastre da imagem de Milei se a população não perceber em breve alguma mudança na economia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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