O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse ontem que - diferentemente do que afirmou o empresário João Amoêdo, fundador e ex-comandante do partido - a nota divulgada pela legenda após o primeiro turno das eleições, liberando o voto dos filiados na segunda etapa, não prevê a opção pelo candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Na nota, nós nos colocamos claramente contra o PT. Reforçamos que o PT e o lulismo são contrários a tudo o que a gente sempre defendeu", disse Ribeiro. "No Novo, tem gente que gosta do Bolsonaro e vai votar nele, tem gente que vai votar a contragosto no Bolsonaro e tem gente que não vota de jeito nenhum no Bolsonaro e prefere anular o voto. Mas ninguém vai votar no Lula."
Ribeiro, que classificou a declaração de voto de Amoêdo em Lula como "vergonhosa" e "uma decepção muito grande", justificou a forte reação do partido e de vários de seus líderes e mandatários contra ele. "Como a imagem do João é muito associada ao Novo, muita gente iria achar que o partido estava apoiando o Lula."
Como revelou ontem a Coluna do Estadão, um pedido de expulsão de Amoêdo do Novo foi protocolado na Comissão de Ética Partidária na quinta-feira da semana passada. Além da sua declaração de apoio a Lula, o pedido se baseia também no suposto desrespeito ao artigo 18 do estatuto do partido, que trata como infidelidade "difamar a imagem ou a reputação" do partido.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.