O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, afirmou nesta terça-feira, 19, que manter um ritmo gradual de ajustes nos juros permitirá avaliar a economia e as mudanças no cenário do Reino Unido com "respostas relevantes". Bailey notou que os dirigentes ainda precisam de mais evidências de desinflação - principalmente no setor de serviços - e de tempo para analisar efeitos do novo orçamento fiscal. "Não queremos tomar decisões precipitadas", pontuou.
Na visão dele, o novo orçamento do Reino Unido pode pressionar margens de lucro das empresas e afetar custos de mão de obra, ao mesmo tempo em que propõe iniciativas para reduzir a taxa de desemprego.
As projeções do escritório de orçamento, conhecido como OBR em inglês, estão em linha com o previsto pelo banco central a princípio, afirmou Bailey. "Mas precisamos ver como será na prática. Uma queda maior na taxa de desemprego pode trazer riscos para a inflação", apontou.
Os comentários ocorreram durante testemunho no parlamento do Reino Unido, ao lado dos dirigentes do BoE Alan Taylor, Catherine Mann e Clare Lombardelli.
Taylor lembrou que o BC britânico ainda "tem muitas opções sobre a mesa" e que o ritmo de redução dos juros dependerá dos dados.
Segundo o dirigente, o BoE não necessariamente cortará os juros de modo sucessivo, como sugerido pela precificação do mercado, embora possa relaxar as taxas mais rápido caso as condições sejam "apropriadas". "Dado continuam surpreendendo para baixo e nos deram segurança que preços seguem em queda, mas ainda estamos preocupados que inflação persista em nível elevado por tempo prolongado", ressaltou.