Economia

Para FMI, IA pode impulsionar economia global, mas efeitos ainda são incertos

Estadão Conteúdo
12/02/2024 às 13:16.
Atualizado em 12/02/2024 às 13:26

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, (FMI), Kristalina Georgieva, disse que embora as incertezas ainda sejam elevadas, há um pouco mais de confiança quanto às perspectivas econômicas, já que a economia global tem sido surpreendentemente resiliente e o crescimento excedeu as expectativas em 2023 e espera-se que a inflação global caia em 2024. "Mas não podemos declarar vitória prematuramente", pontuou durante o no Oitavo Fórum Fiscal Árabe Anual em Dubai.

As perspectivas de crescimento a médio prazo permanecem fracas em cerca de 3%, em comparação com a média histórica de cerca de 3,8%, pontuou.

Segundo Georgieva, a economia global pode ser impulsionada por fatores como o desenvolvimento da inteligência artificial. Mas com cerca de 40% dos empregos expostos à IA, seus efeitos são incertos. Segundo Georgieva, os países que não dispõem de infraestruturas e de mão de obra qualificada para aproveitar esta tecnologia poderão ficar ainda mais para trás.

Georgieva destaca que o FMI espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o Oriente Médio e o Norte da África perto de 2,9% em 2024, superando o resultado apresentado no ano passado, mas abaixo das projeções de outubro. "Isto deve-se em grande parte aos cortes de curto prazo na produção de petróleo, ao conflito Gaza-Israel e às políticas monetárias rigorosas, que ainda são necessárias", disse seu discurso.

Ela afirmou que a região árabe tem desempenhado um papel cada vez mais importante num mundo em rápida mudança. "Numa época de desafios econômicos, de tensão geopolítica e de guerra, é muito importante plantarmos agora sementes - de crescimento e cooperação, de paz e prosperidade", afirmou Georgieva, referindo-se ao provérbio árabe que diz "uma árvore começa com uma semente".

Conflito Gaza-Israel

A diretora-geral do FMI destacou que economicamente, o conflito foi devastador para a região de Gaza, onde a atividade econômica caiu 80% no período entre outubro de dezembro do ano passado em relação ao ano anterior. Já na Cisjordânia, a queda chegou a 22% na mesma base de comparação. "As perspectivas sombrias da economia palestina estão piorando à medida que o conflito persiste. Só uma paz duradoura e uma solução política poderão mudá-la fundamentalmente", afirmou, destacando que a guerra está pesando sobre o turismo local.

Em toda a região e fora dela, o impacto é sentido também através do aumento do custos de frete e da redução dos volumes de trânsito no Mar Vermelho, com uma queda de quase 50% este ano, segundo dados do PortWatch.

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