Política

PF aponta ausência de Torres e 'falhas evidentes' na segurança do DF no 8/1

Estadão Conteúdo
29/10/2024 às 20:00.
Atualizado em 29/10/2024 às 20:05

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a atuação das forças de segurança do Distrito Federal durante os ataques aos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023, identificou falhas "evidentes" por parte dos responsáveis durante a tentativa de golpe.

O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, encaminhou o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda-feira, 28, para que se manifeste sobre o conteúdo.

O documento destaca a ausência do ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres no dia do ato. Nomeado para liderar a pasta logo após deixar o comando do Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), ele viajou de férias para Orlando, nos Estados Unidos, na antevéspera dos ataques.

Acusado de conduta omissa, Torres foi preso quando retornou ao País, uma semana depois. Em maio de 2023, teve liberdade provisória concedida pelo Supremo, mas continua investigado pelo suposto envolvimento na tentativa de golpe.

Além do ex-secretário, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também figura entre os investigados. Os dois foram ouvidos pela PF e negam as falhas atribuídas.

O relatório da PF destaca a "falta de ações coordenadas" e a "restrição na difusão de informações cruciais" como fatores determinantes para a "ineficiência das forças de segurança".

"Conclui-se que as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) no enfrentamento das manifestações de 08/01/2023 são evidentes, especialmente pela ausência inesperada de seu principal líder, Anderson Gustavo Torres, em um momento de extrema relevância aliado a falta de ações coordenadas e a difusão restrita de informações cruciais contidas no Relatório de Inteligência no 06/2023 foram fatores decisivos que contribuíram diretamente para a ineficiência da resposta das forças de segurança", diz o documento.

Para a corporação, além da ausência de Torres, a falta de ações coordenadas e a pouca difusão de informações que poderiam prever e evitar os ataques golpistas são elementos que demonstram as falhas das forças de segurança do DF.

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