A Polícia Federal destruiu nesta terça-feira, 16, motores, geradores e outros maquinários de garimpo ilegal na Terra Yanomami. Os agentes abriram uma nova ofensiva no rastro de criminosos que permanecem na reserva mesmo após a série de ações realizadas pela corporação ao longo de 2023 para expulsão de invasores e destruição da infraestrutura usada para os delitos.
A PF apreendeu coletes, munições, armas, rádios e cadernos dos garimpeiros. Também inutilizou aparelhos usados pelos invasores para extração de minérios ilegalmente - procedimento de praxe realizado nessas ofensivas.
Segundo a PF, as ações de combate ao garimpo na Terra Yanomami não têm data para acabar.
A ofensiva é uma continuação da Operação Libertação, aberta no começo do ano passado para retirar garimpeiros de comunidades Yanomami.
A nova leva de operações se dá quase um ano depois de o governo federal declarar emergência sanitária na região, em razão da crise de saúde que assola os yanomami.
O desastre humanitário está diretamente ligado ao garimpo ilegal e à contaminação das águas da reserva com mercúrio.
No início do mês, o Palácio do Planalto anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão para ações no território em 2024, com um plano de atuação permanente de orgãos federais em toda a área. O governo indicou a construção de uma unidade de saúde e de postos de segurança permanentes na região, com o objetivo de conter a atuação ilegal de garimpeiros.
Em dezembro, a Justiça Federal em Roraima atendeu um pedido do Ministério Público Federal e ordenou a elaboração de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal nas terras ocupadas pelos Yanomami.
Devem participar do processo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
Ao protocolar solicitação na Justiça, a Procuradoria narrou o retorno de garimpeiros à Terra Yanomami, denunciando relatos de aliciamento e prostituição.