O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a "postura antiglobalização" dos Estados Unidos tem provocado "efeitos perversos", ao comentar se o governo brasileiro reagirá à vitória de Donald Trump no País. Na ocasião, ele afirmou que não é possível antecipar as medidas que o Brasil vai tomar diante das promessas de taxação de importações.
A declaração ocorreu em entrevista à emissora CNBC, gravada na sexta-feira, 15, e exibida no domingo, 17. "É uma política bastante antiglobalização. Os Estados Unidos patrocinaram, nos anos 80, a globalização, o Consenso de Washington e tal. E agora, como eles não levaram a melhor, não deu o resultado que eles esperavam, porque surgiram novos atores, sobretudo a China, eles estão em uma postura antiglobalização agora", disse.
Haddad prosseguiu: "E uma política antiglobalização com efeitos sociais perversos, né? Deportação de trabalhadores, taxação à importação, isenção de impostos de super-ricos. Esses três, num contexto de um déficit público elevado e uma inflação já sob controle, mas que ainda inspira cuidados."
Em seguida, Haddad disse que houve um "temor" no mundo por conta das possíveis consequências do "discurso da campanha" de Trump. "Mas entre a campanha e o que acontece tem uma diferença, né? A gente sabe. O tal do muro entre os Estados Unidos e a China ficou no papel", disse.
O ministro completou: "Eu suponho, com alguma razão, que a vida real acaba moderando esse tipo de arroubo eleitoral. Então, vamos ver o que de fato vai acontecer e vamos reagir concretamente, e não abstratamente."