Os preços dos medicamentos adquiridos pelos hospitais acumularam ao longo do primeiro semestre uma alta de 3,87%, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), calculado pela Fipe a partir de dados de transações realizadas na plataforma Bionexo. Em junho, o aumento foi de 0,16%, em desaceleração ante a alta de 0,35% em maio frente a abril. No mesmo mês de junho, a variação do IPCA, o índice oficial de inflação ao consumidor, foi de 0,21%.
Os medicamentos, que em proporção considerável utilizam insumos importados, também subiram menos do que o IGP-M, que teve alta de 0,81% em junho. Também variaram abaixo da depreciação de 4,99% da taxa de câmbio.
Nos últimos 12 meses encerrados em junho, comparativamente, o IPM-H acumula uma alta de 0,57%. Na leitura do economista e pesquisador da Fipe, Bruno Oliva, a desaceleração observada nos últimos dois meses não é estranha ao comportamento histórico do IPM-H nos meses seguintes a abril, período em que entram em vigência os reajustes anuais dos preços dos medicamentos.
"Mais especificamente, quando comparado ao comportamento médio do índice em junho de outros anos do histórico, excetuando-se 2020, ano em que os preços apresentaram maior volatilidade em razão da pandemia e os reajustes foram postergados para junho, a variação de junho de 2024 apresentou resultado bastante similar", diz Oliva.
Para o economista da Fipe, a despeito da desaceleração do IPM-H em junho, quando a análise se volta para o primeiro semestre, os resultados do índice revelam uma alta abrangente dos preços entre os grupos terapêuticos, com destaque para medicamentos classificados como sistema nervoso e aparelho respiratório.
O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) é uma parceria entre a Fipe e a Bionexo para disponibilizar informações de interesse público relacionadas à área de saúde, com foco no comportamento de preços de medicamentos transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro.
O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 pela plataforma, onde são transacionados mais de R$ 17 bilhões por ano no mercado da saúde, ou cerca de 20% do mercado privado nacional.