O presidente eleito de Taiwan, Lai Ching-te, prometeu defender a independência de fato da ilha em relação à China e alinhá-la ainda mais com outras democracias. Lai, de 64 anos, saiu vitorioso nas eleições deste sábado, 13, na ilha de 23 milhões de habitantes que a China reivindica como sua.
Atualmente, ele é vice-presidente e integra o Partido Democrático Progressista, o mesmo da presidente em fim de mandato, Tsai Ing-wen. O partido rejeita as reivindicações de soberania da China sobre Taiwan. Esta é a terceira vitória consecutiva da legenda.
A apoiadores, Lai disse que Taiwan "continuará a caminhar lado a lado com democracias de todo o mundo". "Estamos dizendo à comunidade internacional que, entre a democracia e o autoritarismo, estaremos do lado da democracia", afirmou.
Lai prometeu fortalecer a defesa e a economia da ilha, que depende fortemente do comércio com a China. Ao mesmo tempo, o novo presidente manifestou o desejo de reiniciar o diálogo com a China.
"Estamos prontos e dispostos a nos envolver para mostrar mais às pessoas de ambos os lados do Estreito de Taiwan: a paz não tem preço e a guerra não tem vencedores", disse ele no início da semana.
Repercussão
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi questionado sobre as eleições em Taiwan ao deixar a Casa Branca no sábado para passar o fim de semana em Camp David, o retiro presidencial em Maryland, nos EUA. "Não apoiamos a independência", disse ele.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, felicitou Lai e também "o povo de Taiwan por demonstrar mais uma vez a força do seu robusto sistema democrático e processo eleitoral".
Um porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan da China disse na noite de sábado que os resultados das eleições não mudarão a determinação de Pequim de trazer Taiwan para sua esfera de influência. "Nossa posição sobre a resolução da questão de Taiwan e a realização da reunificação nacional permanece consistente e nossa determinação é firme como uma rocha", disse o porta-voz Chen Binhua, segundo a agência oficial Xinhua New.
Ele disse que Pequim se opõe firmemente às "atividades separatistas que visam a 'independência de Taiwan', bem como à interferência estrangeira" e que trabalhará com "partidos políticos relevantes" para "promover o desenvolvimento pacífico das relações através do Estreito" de Taiwan, informou a Xinhua.
*Com Associated Press e Dow Jones Newswires