Ex-diretor de futebol do Corinthians, Rubens Gomes se manifestou pela primeira vez sobre o racha que houve na diretoria do clube paulista nas últimas semanas. De acordo com Rubão, como é mais conhecido, a relação com o presidente Augusto Melo estremeceu por causa da negociação com a VaideBet, patrocinadora master do clube. A marca do ramo de apostas ofereceu R$ 360 milhões, mais luvas de R$ 10 milhões, para estampar o espaço mais nobre da camisa corintiana por três temporadas. O contrato é o mais valioso do futebol brasileiro.
Segundo Rubão, Augusto Melo teria dito em dezembro que a negociação havia acontecido sem intermediários. No entanto, no contrato estaria o nome da Rede Social Media Design LTDA, empresa que agiu como intermediária da negociação a quem o clube deveria pagar 7% do montante líquido do valor do patrocínio. A quantia equivale a aproximadamente R$ 25 milhões.
"Eu fui perguntar: 'você falou que não tinha intermediário? Quem é esse cara? Quem é essa empresa?'", relatou Rubão, em entrevista à TV Gazeta. O presidente não teria gostado da indagação, e a desconfiança iniciou o racha que resultou em sua saída. "Eu olhei para ele e falei: 'só estou te perguntando porque nós estamos aí numa jornada. E você me falou na minha casa que era sem intermediário e agora apareceu uma empresa'", disse.
Rubens Gomes afirmou ainda que a Rede Social Media Design LTDA, que tem como sócio-administrador Alex Cassundé - um dos participantes da campanha de Augusto Melo à presidência no fim do ano passado -, não poderia ter assumido o papel de intermediária à época da negociação. O ex-diretor de futebol diz que a empresa mudou seu CNAE, código que enquadra as atividades econômicas de empresas, somente após a emissão da nota fiscal do contrato, no dia 18 de janeiro. A assinatura foi firmada duas semanas antes, no dia 4.
Apesar do seu desligamento da diretoria, Rubão continua no clube como membro vitalício do Conselho Deliberativo, do qual faz parte há 20 anos. Em nota emitida pelas redes sociais em sua demissão, ele reforça seu trabalho de "questionar, fiscalizar e cobrar sempre, de olhos bem abertos com os oportunistas e pensando única e exclusivamente no bem do Corinthians".