A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira, 09, apostar que a economia brasileira vai crescer mais de 2% em 2024, contra a previsão menos otimista do mercado. O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 08, pelo Banco Central aponta avanço de 1,59% na estimativa de crescimento do PIB neste ano.
"Estão falando que vai crescer 1,5%, então vamos apostar que o Brasil vai crescer acima de 2%", disse Tebet em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da EBC, relembrando que, no início de 2023, as estimativas para a economia eram mais baixas e foram revisadas ao longo do ano. A aposta da ministra para 2024 vai em linha com a previsão já usada pelo governo federal, elaborada pelo Ministério da Fazenda, que estima alta do PIB de 2,2% neste ano.
Para justificar o otimismo, Tebet citou, por exemplo, os investimentos do PAC e o que chamou de "credibilidade" do mercado sobre a condução da economia pela equipe da Fazenda e do Planejamento, construída ao longo do último ano. Na visão de Tebet, a equipe econômica soube passar os "recados certos" e dialogar com o Congresso. "Agiu com transparência e o Congresso respondeu às nossas demandas e foi grande parceiro do governo", disse a ministra.
Em sua avaliação, as aprovações no ano passado da reforma tributária e da nova regra fiscal do Executivo - conhecida como arcabouço fiscal - tiveram "impacto imediato e direto" para construir credibilidade junto ao mercado, assegurando que o governo não irá "gastar por gastar" e que, embora a gestão atual não esteja focada em fazer "economia e caixa", não poderá gastar mais do que irá arrecadar.
"Palavra mágica é credibilidade. Passamos à iniciativa privada que esse governo é sério, que tem foco no social sem descuidar do dinheiro público. Ninguém vai sair gastando por gastar, não precisamos fazer economia, caixa, mas não podemos gastar mais que arrecadamos. Isso tem impacto, tivemos queda da inflação, juros, câmbio controlado, comida mais barata na mesa do trabalhador e fechamos o ano com quase 2 milhões de trabalhadores a mais no mercado de trabalho", afirmou.