O Exército da Ucrânia reconquistou territórios sob domínio russo no sul do país, na província de Kherson, de acordo com informações de autoridades militares desta quinta-feira, 13. Após dias na defensiva em razão dos bombardeios massivos ordenados por Moscou, os militares ucranianos voltaram a comemorar uma vitória no campo de batalha, aproximando-se à capital da província de mesmo nome, o que causou preocupação nas autoridades pró-Rússia.
Cinco cidades no distrito de Berislav, no nordeste de Kherson, voltaram ao domínio ucraniano na ofensiva iniciada na quarta-feira, 12, informou o jornal britânico The Guardian, citando fontes militares de Kiev. Até então, a contraofensiva iniciada pela Ucrânia já havia recuperado cerca de 400 km² de território na província do sul, segundo dados divulgados anteriormente.
Embora Moscou não tenha endereçado diretamente ao novo avanço ucraniano, autoridades pró-Rússia em Kherson pediram nesta quinta-feira que o Kremlin ajudasse a retirar os civis do território. Vladimir Saldo, reconhecido por Putin como governador da região, pediu que a população se retirasse enquanto as tropas de Kiev avançam na região.
"Pedimos que todos os habitantes da região de Kherson, que querem se proteger dos mísseis (ucranianos), possam seguir para outras regiões russas", afirmou em uma publicação no Telegram. "Peguem seus filhos e vão embora", completou.
Saldo pediu à Rússia que contribua com a ajuda necessária para organizar a retirada e afirmou ter proposto um recuo, em "primeiro lugar", dos habitantes das cidades situadas nas margens do rio Dnipro, mais próximas da linha de frente. A ideia seria levá-los para as regiões russas mais próximas de Kherson, como a península da Crimeia e as regiões de Rostov, Krasnodar e Stavropol.
"A cada dia, as cidades da região de Kherson são submetidas a bombardeios de mísseis", afirmou Saldo nesta quinta. "Estes bombardeios provocam graves danos, aos moradores em primeiro lugar", lamentou.
O Ministério da Defesa do Reino Unido, que se tornou uma fonte diária de informações desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, alertou que qualquer retirada russa poderia ser um sinal de que os combates podem se espalhar para a cidade de Kherson.
O ministério acrescentou que as forças russas provavelmente tentarão consolidar uma nova frente a oeste da vila de Milove, depois que a Ucrânia recapturou faixas de território em Kherson e na região vizinha de Mikolaiv na semana passada.
Em uma rara aparição na terça-feira, 11, o chefe da espionagem britânica, Jeremy Fleming, alertou que as forças russas na Ucrânia estão sobrecarregadas e "exaustas" e que o presidente Vladimir Putin está cometendo "erros estratégicos". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)