Uma bandeira da Ucrânia enviada por soldados a jogadores da seleção nacional estará pendurada no vestiário do Estádio Cardiff City neste domingo, quando será decidida a última vaga para Copa do Mundo. A partir das 13 horas, em busca de se classificar para o mundial do Catar, os ucranianos entram em campo para enfrentar o País de Gales, pelo playoff decisivo das eliminatórias.
Enquanto o país ainda vive as consequências da invasão promovida pelo presidente russo Vladimir Putin, os jogadores da seleção tentam manter o foco no compromisso dentro de campo. Ainda que a possível classificação seja uma alegria muito pequena em proporção à devastação causada pela guerra, os atletas estão preocupados em homenagear as vítimas e os combatentes.
"Não me comunico com nenhum soldado, mas meus jogadores escrevem para os soldados e eles receberam uma bandeira da guerra, que prometeram pendurar no vestiário", disse o treinador Oleksandr Petrakov. "É uma situação muito difícil na Ucrânia e nem todo mundo tem a chance de assistir futebol. Nem todo mundo faz por causa de muitos problemas. Vamos tentar nos concentrar amanhã e fazer um bom jogo."
Apesar da preocupação, muitos cidadãos ucranianos não estão sequer em condições de acompanhar um jogo de futebol. A própria família do meio-campista Oleksandr Karavayev, por exemplo, não terá como assisti-lo da cidade de Kherson, um dos locais ocupados pelos russos.
"Eles não podem assistir ao jogo porque não há conexão e internet, mas eles se comunicam por mensagens e leem as notícias. Fiz meu aniversário no dia 2 de junho e o da minha mãe foi na sexta-feira, e foi um belo presente para eles (chegar ao playoff final). Meus amigos acompanham as notícias e também foi um belo presente para eles", comentou o jogador.
A Ucrânia chegou ao jogo decisivo por uma vaga na Copa depois de vencer a Escócia por 3 a 1, na quarta-feira. "Foi muito emocionante para nós e tivemos um apoio muito forte, mesmo dos fãs escoceses. Sentimos isso e isso nos ajudou. Nos últimos dois ou três anos não tivemos estádios cheios e é muito bom ter isso e tanto apoio", completou Karavayev.